Suspenso desde o início da pandemia da Covid-19, o programa “Maricá – Chegou a Sua Vez”, uma parceria entre a Prefeitura de Maricá e a Organização das Nações Unidas (ONU), retomou suas atividades. Os pesquisadores do Instituto Municipal de Informação e Pesquisa Darcy Ribeiro (IDR) voltaram a entrevistar os moradores da cidade, fazendo o mapeamento sobre a situação de vulnerabilidade social da população residente na cidade, para que seja possível integrar essas pessoas à rede de serviços públicos do município.
A meta do Maricá – Chegou a Sua Vez é ampliar o alcance das políticas públicas no município e retirar da situação de média ou alta vulnerabilidade pelo menos 80% das pessoas identificadas. “É importante que a população receba os pesquisadores do Instituto e da ONU. Todos estarão com crachás e coletes de identificação. Ao participar da pesquisa, será mais fácil a identificação da população vulnerável e o atendimento a ela”, ressaltou Alan Novais, presidente do Instituto de Informação e Pesquisa Darcy Ribeiro (IDR).
Nesta sexta-feira (08/01) percorreram ruas de Ponta Negra entrevistando os moradores da região. O aposentado Francisco Carlos Martins, de 67 anos, disse que não tem o que reclamar desse trabalho realizado pela prefeitura em parceria com a ONU. “Respondi as perguntas, a gente precisa ajudar para ser ajudado”, disse.
A dona de casa Elisangela Magalhães, de 45 anos, moradora do bairro Cordeirinho, ressaltou que a pesquisa é importante para identificar as carências das pessoas.
“Eu acho que ajuda muito. Através da pesquisa, o governo vai saber das nossas necessidades. Não custa nada os vizinhos responderem, é rápido e simples”, ressaltou a moradora.
Os primeiros resultados mostram, por exemplo, que em Inoã, em um universo de 13.359 entrevistados, 2.396 pessoas se encontram em situação de média ou alta vulnerabilidade, que entrarão para o protocolo de atuação integrada do Programa. Segundo Rayne Ferretti Moraes, Oficial Nacional da ONU-Habitat para o Brasil, o olhar sobre uma cidade, como um todo, não garante de fato que as políticas públicas cheguem a todas as pessoas.
“É preciso uma lupa para olhar cada espaço da cidade. Para isso é fundamental dividir a cidade em territórios e fazer a pesquisa casa a casa, família a família. No caso de Maricá, mesmo que as políticas públicas e o sistema de atenção social sejam bem avançados, ainda podemos encontrar pessoas que vivem em condições de privações múltiplas, ‘invisíveis’ para esse sistema. Por isso a importância de fazer a busca ativa e localizar essas famílias, ainda mais em meio à pandemia de Covid-19”, destacou Rayne.