Começa na segunda-feira (24/05) a segunda fase do Sentinela Maricá, pesquisa realizada pelo Instituto de Ciência, Tecnologia e Inovação de Maricá (ICTIM) em parceria com a Secretaria de Saúde, com moradores da cidade sobre a incidência de Covid-19. A etapa é, para o diretor-presidente do ICTIM, Celso Pansera, um norte às ações do município ao longo de 2021.
“A continuidade do Sentinela nos permite um amplo mapeamento do vírus e de sua evolução. Essa precisão na incidência de casos é importantíssima para embasar as ações do município, mesmo na busca de produtos e serviços que auxiliem nesse enfrentamento”, ressalta.
A segunda fase do Sentinela terá três ciclos, com 1.155 domicílios escolhidos, e visa medir o percentual de pessoas infectadas pelo novo coronavírus ou que já comprovadamente o tiveram. Para a elaboração do estudo será utilizada a metodologia de amostragem aleatória de base populacional.
As equipes formadas por agentes da Estratégia de Saúde da Família serão deslocadas para 38 setores censitários, baseado na classificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em cada distrito selecionado aleatoriamente, serão dez domicílios visitados pelos agentes. O biólogo, coordenador da pesquisa e chefe de gabinete do ICTIM, Carlos Senna, explica que nos locais serão oferecidos termos de consentimento livre e, a cada residente, será informado o motivo da pesquisa para sua autorização e assinatura, acompanhado de um questionário.
Após esta etapa, será feito um exame sorológico (coleta de sangue) em cada residente selecionado, além de um exame tipo Swab de nasofaringe para execução de um teste de RT-PCR.
Na realização do Sentinela em 2020, foram colhidas 376 amostras no primeiro ciclo (6 a 23 de outubro) e 384 no segundo (24 de novembro a 6 de dezembro). “As equipes atingiram 97% da meta de visitação e, desse número, 8% apresentaram sorologia positiva. Outro dado extraído do estudo é que a maioria das amostras de sorologia positiva vieram do distrito de Inoã, revelando que foi a área mais atingida pela pandemia, isso se comparado com outros bairros como o Centro, Manoel Ribeiro e Ponta Negra”, esclarece Senna.
O Sentinela está em sintonia com o trabalho do Centro de Triagem e Diagnóstico para a Covid-19 da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que também testa com PCR os contactantes de pessoas positivas. Consultor do ICTIM, o coordenador do Laboratório de Virologia Molecular da UFRJ, professor Amílcar Tanuri, ressalta que o projeto busca o retrato mais preciso possível do perfil epidemiológico da cidade e identifica as áreas de surto.
Para o infectologista e subsecretário de Saúde Marcelo da Costa Velho, os ciclos Sentinela têm sido determinantes na condução e reorganização do enfrentamento ao novo coronavírus. “Esse estudo nos permite conhecer diferentes variáveis que auxiliarão as ações de enfrentamento à Covid-19″, avalia. “Dada a situação de aumento de transmissão no Brasil, provavelmente associada ao aparecimento e circulação das novas variantes, o estudo serve para auxiliar nas ações de enfrentamento do novo coronavírus”, completa.