Morreu neste sábado, dia 12, Wellington da Silva Braga, o Ecko, chefe da maior milícia do Rio, após ser preso em ação da Polícia Civil. O criminoso, um dos mais procurados do país, foi encontrado numa casa na comunidade das Três Pontes, em Paciência, na Zona Oeste. Ele foi baleado na região do pericórdio (no tórax) e chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, Ecko chegou morto ao hospital Miguel Couto, no Leblon.Em razão da data, a operação foi denominada Dia dos Namorados. Ao longo de seis meses de investigação, a Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPim) concluiu, com base em informações da inteligência, que este seria o dia ideal para capturá-lo.A Operação Dia dos Namorados foi coordenada pela Subsecretaria de Planejamento Operacional. Participaram da ação 21 policiais. A DRCPim trabalhou com as delegacias de Combate ao Crime Organizado (Draco) e de Combate às Drogas (Dcod). A Polícia Civil mirou nos crimes da milícia, principalmente na Zona Oeste, incluindo contrabando de cigarros, água, gás e transporte alternativo, além de farmácias para lavagem de dinheiro. Diante do trabalho policial, o prejuízo para a organização ultrapassou R$ 50 milhões.Apesar de ser réu em nove processos criminais, Ecko circulava pela cidade escoltado por seguranças, frequentava casas em bairros nobres e dialogava com policiais, traficantes e pistoleiros.Ele chefia o maior consórcio criminoso do Rio: sua milícia, antes restrita à Zona Oeste, que agora está presente em 20 bairros da capital e outros seis municípios da Baixada Fluminense e da Costa Verde.Numa comparação com a criminalidade advinda do tráfico de drogas, a milícia de Ecko, composta majoritariamente de ex-membros do tráfico e não mais de policiais, é hoje maior que cada uma das três maiores facções criminosas do Rio de Janeiro, pelo critério de áreas dominadas.
Ecko e Adriano
A aproximação entre Ecko e Adriano da Nóbrega teve consequências importantes na geopolítica do crime no Rio. A cumplicidade entre os dois tornou possível uma inédita aliança entre diferentes grupos criminosos, que acabou ampliando o avanço das milícias pelo estado.
Se antes os grupos paramilitares das zonas Oeste e Norte do Rio agiam de forma independente e descoordenada, depois da aproximação entre Ecko e Adriano passaram a ser sócios, atacando favelas dominadas pelo tráfico e, juntos, defendendo seus redutos de ataques rivais.
“Ecko e Adriano formaram um corredor entre as zonas Norte e Oeste todo dominado pela milícia”, resumiu um policial federal que investigou a conexão entre as quadrilhas.