“Astuto” e “fora do padrão”. Esses são adjetivos direcionados a Lázaro Barbosa de Sousa, 32 anos, criminoso que tem se esquivado de mais de 200 policiais há nove dias no Entorno do Distrito Federal. Quem o assim classifica é o dono de uma fazenda em Girassol, distrito de Cocalzinho de Goiás-GO, onde Lázaro já trabalhou com a mãe e o padrasto.
Em entrevista ao Jornal de Brasília, o proprietário Wesley Lacerda relembra que a mãe e o padrasto do fugitivo, conhecidos como Eva e Leín, eram os responsáveis por cuidar de sua fazenda. Eles trabalharam na propriedade entre 2017 e 2020 e Lázaro os ajudava em 2018, antes de ser preso — e fugir meses depois. Em 2020, os pais decidiram voltar para a Bahia, mas retornaram neste ano e ficaram até a última quarta-feira (9), data da chacina no Incra 9, quando regressaram às terras baianas com medo de represálias.
Wesley afirma que, nos contatos em que teve com Lázaro, não foi possível perceber nenhum comportamento anormal. “Era uma pessoa comum, sem traços de agressividade. Pelo contrário, era uma pessoa tranquila de se dar. Recebia ordens, não questionava, cumpria”, explica. A mãe e o padrasto também trabalhavam bem e não demonstravam má conduta, segundo ele.
O proprietário acredita que, mesmo com 200 policiais na força-tarefa que busca pelo foragido, a captura é, de fato, complexa. “Ele é um homem muito astuto, conhece muito bem a mata, atira muito bem. É difícil falar que a polícia não está agindo. Ele realmente tem se mostrado um bandido fora do padrão. E o principal: ele está sozinho, então é mais fácil de se esconder.”
Para Wesley, as autoridades irão descobrir ainda mais delitos de autoria do criminoso. “Essa dinâmica de cometer crime parece que já perdura há meses e, com certeza, virão à tona vários outros crimes que ele cometeu nesse período”.
Nove dias de buscas
As buscas por Lázaro chegaram ao nono dia nesta quinta-feira (17). A mobilização policial e midiática em cima do caso tem crescido, mas o procurado tem conseguido se embrenhar na mata da região de Cocalzinho de Goiás (inclui-se Edilândia e Girassol), despistar as autoridades e seguir cometendo crimes.
Na quarta-feira (16), não houve indícios confirmados do exato paradeiro de Lázaro. Policiais encontraram camisa com sangue próximo a Cocalzinho, mas não há certeza de que a peça pertence ao assassino. Também correu em aplicativos de mensagem uma falsa informação de que ele teria sido encontrado morto. Autoridades desmentiram o boato.