Rio – A ex-deputada federal Flordelis foi presa, na noite desta sexta-feira, pelo assassinato do seu então marido, Anderson do Carmo de Souza, em 2019. Na época, Flordelis não teve sua prisão pedida por deter imunidade parlamentar. Na última quarta-feira (11), no entanto, a Câmara dos Deputados cassou seu mandato por quebra de decoro. A decisão foi publicada no Diário Oficial da Câmara na última quinta-feira (12).
O pedido de prisão foi feito pelo Ministério Público do Rio, que relata que, além da gravidade da conduta criminosa, a ex-deputada, poucos dias após o homicídio, orientou os demais corréus para que o celular da vítima fosse localizado e suas mensagens comprometedoras fossem apagadas, bem como que fossem queimadas as roupas com possíveis vestígios forenses. Ela também providenciou treinamento a réus e testemunhas que foram intimadas para prestarem depoimento em sede policial, solicitando que testemunhas
mentissem à polícia e alterassem versões já fornecidas, assim como, por repetidas vezes, descumpriu a medida cautelar de monitoramento eletrônico.
Flordelis foi denunciada por arquitetar o homicídio de Anderson, arregimentando e convencendo o executor direto do crime (seu filho Flávio dos Santos Rodrigues) e os demais acusados, a participarem do crime sob a simulação de ter ocorrido um latrocínio. A ex-deputada também financiou a compra da arma usada no assassinato e avisou da chegada da vítima no local em que ela foi executada. O motivo do crime seria o fato de a vítima manter rigoroso controle das finanças familiares e administrar os conflitos de forma rígida, não permitindo tratamento privilegiado das pessoas mais próximas a Flordelis, em detrimento de outros membros da numerosa família.
Anderson do Carmo tinha 41 anos e era casado por mais de 20 anos com Flordelis. Juntos, criaram 55 filhos, 51 deles adotivos. O líder religioso e a deputada tinham apenas um filho biológico, Daniel dos Santos. Outros três eram de antigos relacionamentos dela.
O pastor foi brutalmente assassinado a tiros na madrugada do dia 16 de junho. O crime aconteceu na garagem da casa da família, em Niterói, na Região Metropolitana da Rio. Anderson do Carmo chegou a ser socorrido e levado para o um hospital particular, onde chegou sem vida. Segundo o laudo da necrópsia, o corpo apresentava 30 perfurações provocadas por arma de fogo.