Rio – A Justiça manteve a prisão preventiva da ex-deputada Flordelis, que agora deve ser encaminhada para o Complexo de Gericinó. A audiência de custódia foi realizada rapidamente no início da tarde deste sábado (14), no presídio José Frederico Marques, em Benfica.
A Justiça não encontrou irregularidades no ato da prisão de Flordelis, ocorrida na noite de sexta-feira (13). Depois de passar a noite no presídio de Benfica, porta de entrada do sistema prisional, a ex-deputada deverá ser encaminhada para o Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste.
A advogada de defesa, Janira Rocha, acompanhou a audiência de custódia e avaliou como “punitivista” a prisão da ex-deputada. “A defesa acha que há uma injustiça, na medida que não existe contemporaneidade nos fatos que justifique essa prisão. Não existe risco de fuga, ela estava monitorada por tornozeleira, ou seja, uma série de condições que daria a liberdade. Mas uma visão mais punitivista vigorou. Vamos regularmente, dentro dos autos, aguardar o posicionamento do Tribunal Superior. Nós fizemos a suspeição, está no tribunal. Estamos aguardando a instrução desse processo”, comentou a advogada.
Janira Rocha também comentou sobre a estratégia da defesa de pedir a suspeição da juíza da 3ª Vara Criminal, Nearis dos Santos Carvalho Arce.
“Para nós, o comportamento da juíza a comprometeu de continuar no processo, mas faremos esse debate dentro das instâncias legais. A juíza sempre cita uma testemunha que diz se sentir ameaçada por conta de um episódio de uma bomba dentro de casa (é Regiane Ramos, ex-patroa de Lucas, um dos filhos de Flordeils). E ela continua se sentindo ameaçada. Mas houve um inquérito para apurar essa bomba, o artefato foi para perícia, e não foi possível identificar a lesividade do artefato, que era uma bombinha. O inquérito foi mandado de volta”, argumentou a advogada. “Essa pessoa que se sente ameaçada estava ontem na casa da deputada, dando entrevista e falando impropérios”.
Flordelis é apontada como a mentora intelectual da morte do marido, o pastor Anderson do Carmo, em junho de 2019. Ela teve a prisão preventiva decretada pela juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce, da 3ª Vara Criminal de Niterói. Na época do crime, Flordelis não teve sua prisão pedida por deter imunidade parlamentar.
‘Orem por mim’, disse Flordelis minutos antes da prisão