18/08/2021 – Nesta quinta-feira (19) é comemorado o Dia Nacional do Ciclista, e Niterói marca a data com série de investimentos realizados pela Prefeitura na ampliação da malha cicloviária e ações de incentivo e conscientização do uso da bike. Entre as iniciativas, está a participação da cidade, pela terceira vez, na Pesquisa Nacional sobre o Perfil do Ciclista Brasileiro.
A Coordenadoria Niterói de Bicicleta, em parceria com as ONGs Transporte Ativo e Bike Anjo, realizou o treinamento de 12 voluntários que estão nas ruas, este mês, realizando o questionário com os ciclistas em todas as regiões da cidade, em bairros como Centro, Ingá, São Domingos, Icaraí, São Francisco, Cubango, Santa Rosa, Fonseca, Largo das Barradas, São Lourenço, Barreto, Cafubá, Piratininga, Itaipu e Engenho do Mato.
Vale destacar que esta é a primeira pesquisa brasileira sobre o perfil dos ciclistas urbanos com abrangência nacional e este ano está em sua terceira edição. Niterói foi a primeira cidade não capital a participar desde 2015, sendo parte também em 2018. Neste levantamento são abordados temas como idade, renda, principais destinos, motivação para começar a usar a bicicleta como modo de transporte e para continuar pedalando, se faz a integração com outro tipo de transporte, quantas vezes pedala por semana, entre outros.
Niterói vive uma realidade bastante positiva quando o assunto é o uso da bicicleta como meio de transporte. Segundo a Coordenadoria Niterói de Bicicleta, o Plano de Mobilidade Urbana Sustentável indica que 6% de todos os deslocamentos realizados na cidade já são de bicicleta, com a implantação, até agora, de uma malha cicloviária de 46 quilômetros e expectativa de que até 2024 o total atendido por ciclovias, ciclofaixas ou ciclorrotas chegue a 120 quilômetros. Há, ainda, a implantação de novos bicicletários e paraciclos, e investimentos na cultura e educação para o trânsito do ciclista.
O prefeito de Niterói, Axel Grael, que é um entusiasta do uso da bicicleta como meio de transporte sustentável, lembra que a cidade saiu do zero na malha cicloviária e, hoje, já é referência na mobilidade ativa.
“O uso da bicicleta gera inúmeros benefícios não só para os ciclistas, mas também para quem não pedala, através da redução do tráfego e da poluição ambiental. Temos, ainda, o incentivo ao turismo, com ações voltadas para o cicloturismo que já estamos desenvolvendo em Niterói, inclusive com o lançamento do projeto BikeTur, além da questão econômica, com a geração de emprego e renda. O futuro é multimodal”, ressalta.
A Coordenadoria Niterói de Bicicleta realiza, anualmente, contagens manuais e automáticas para monitoramento do fluxo de ciclistas e do uso da malha na cidade. Os dados mostram que o número de ciclistas transitando nas principais vias da cidade quadruplicou nos últimos anos. Desde 2015, as contagens automáticas e manuais regulares são realizadas em diversas vias. Nas avenidas Roberto Silveira e Amaral Peixoto, por exemplo, onde em 2015 passavam, respectivamente, 1084 e 880 ciclistas por dia, foi registrado, em 2019, a marca 4055 e 3325 ciclistas.
Responsável pela Coordenadoria Niterói de Bicicleta, Filipe Simões enfatiza que as ações de incentivo ao uso da bicicleta oferecem à cidade respostas a diversos desafios da dinâmica urbana.
“Além de uma opção rápida, prática e segura de deslocamento, a bicicleta é, também, uma ferramenta de inclusão social e promoção do acesso à cidade e às oportunidades por seu baixo custo. Podemos citar, ainda, em uma perspectiva global, a redução da pegada de carbono do transporte urbano que a substituição dos meios motorizados pela bike e caminhada proporciona. São impactos positivos que transbordam a questão da mobilidade e, por isso, a bicicleta está na pauta da gestão municipal de Niterói”, ressalta.
Pesquisa e parceria – O projeto Parceria Nacional pela Mobilidade por Bicicletas e sua pesquisa Perfil do Ciclista são uma iniciativa da Transporte Ativo, com patrocínio do Banco Itaú, suporte técnico do Laboratório de Mobilidade Sustentável do PROURBE-UFRJ e Observatório das Metrópoles em parceria com diversas organizações da sociedade civil ligadas à promoção do uso de bicicletas.
O levantamento vem preencher uma lacuna onde até então havia escasso conhecimento sobre os usuários e o uso da bicicleta como transporte urbano no Brasil. Como aplicação imediata dos dados coletados e analisados nesta pesquisa, tem-se o fornecimento de subsídios para que gestores públicos, urbanistas e outros atores envolvidos formulem uma agenda mais precisa de políticas públicas e ações de promoção do transporte cicloviário.