Niterói possuí uma grande quantidade de pessoas que moram no município e trabalham na cidade do Rio de Janeiro, considerada nesse mês, por autoridades de Saúde, como o epicentro da variante Delta do novo coronavírus (Covid-19) no país. Grande parte desses trabalhadores utilizam as Barcas como meio de transporte principal na locomoção entre as duas cidades. Quem precisa enfrentar o deslocamento diário vem relatando aglomerações e preocupações acerca de medidas de prevenção à Covid-19 no transporte.
“Não existe, nem nunca existiu, nenhum tipo de aferição de temperatura, disponibilização de álcool em gel, nem mesmo preocupação com aglomeração antes de entrar e sair das embarcações. Fora os horários que são bem mais longos, com o objetivo de para encher as embarcações. Para completar, as pessoas ficam sem máscaras e há pouquíssima fiscalização e intervenção da equipe neste sentido. Vejo isso desde o ano passado, quando começou a pandemia, e nada muda. A situação continua inacreditavelmente a mesma. Parece que ninguém quer ver o que acontece ali”, desabafa o usuário do transporte, Leandro de Barros.
“Uso o transporte constantemente e observo que o volume de pessoas é alto nas embarcações, principalmente nas de volta nos horários de pico. Já identifiquei também que não existe distanciamento no uso das poltronas, e também me assusto na hora do desembarque. Todo mundo sai ao mesmo tempo e parece não ter controle nisso, o que gera uma enorme aglomeração nessa hora. Álcool gel também não vejo no interior das embarcações. Sinto falta da estação Charitas x Praça Quinze funcionando, acredito que com ela em funcionamento seria melhor para a distribuição de usuários que moram na Região Oceânica”. relatou um empresário de Niterói, de 60 anos, que não quis ter a identidade revelada.
O último Mapa de Risco da Covid-19 divulgado pela Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro mostra que Niterói apresenta risco baixo, identificada pela cor amarela, já a capital aparece com o risco alto, representado pela cor vermelha.
O QUE DIZ A SECRETARIA DE TRANSPORTES DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
“De acordo com as medidas relacionadas à taxa de ocupação dos transportes intermunicipais definidas por meio de decreto, no transporte aquaviário, seguem mantidas as viagens realizadas com o quantitativo de passageiros equivalente à capacidade total da embarcação, incluindo passageiros em pé.
Ressaltamos que as roletas das estações estão programadas para o limite de passageiros de acordo com a capacidade de cada embarcação.
Vale ressaltar que o sistema aquaviário transportava, antes da pandemia, cerca de 80 mil passageiros e, hoje, aproximadamente 20 mil usuários utilizam este meio, representando uma queda de 73%.”
O QUE DIZ A CCR BARCAS
“A CCR Barcas informa que a afirmação é absolutamente improcedente. Atualmente, a linha Arariboia está operando com 30% da demanda que tinha antes da pandemia, sendo que as embarcação viajam com menos da metade de sua capacidade de transporte em praticamente todas as viagens. A título de exemplo, no dia 25/8 (quinta-feira), a linha Arariboia operou com apenas 25% da taxa de ocupação nas embarcações.
No entanto, em que pese todos os procedimentos adotados pela empresa para evitar aglomerações, devido ao fato de as embarcações dessa linha possuírem duas proas, os passageiros se enfileiram todos juntos no momento do desembarque, para tentar sair primeiro.
A Concessionária destaca ainda que cumpre todos os procedimentos sanitários, incluindo avisos para uso de máscara e distanciamento social, além de ter adotado procedimentos operacionais e de informação, intensificado a limpeza e a higienização das embarcações e estações e disponibilização de álcool em gel.”