O botijão de gás deve ficar, em uma média nacional, 7% mais caro já em setembro. A alta pode chegar no bolso do consumidor ainda nesta semana ou até o dia 10, segundo a Associação Brasileira de Entidades de Classe das Revendas de Gás LP (Abragas). O aumento será por conta de reajustes salariais e reposição de perdas nos setores de distribuição e revenda.
— Esse aumento ocorre todos os anos no mês de setembro, que é data-base para o reajuste dos funcionários de distribuidoras e de revendedoras. Então as distribuidoras nos repassam no preço do produto o dissídio e temos que ainda aplicar o nosso. Além disso, durante todo o ano seguramos aumentos de custos operacionais, como de energia, água, manutenção de veículos, e outros, por conta da competitividade. Então em setembro isso é repassado também — explica José Luiz Rocha, presidente da associação.
De acordo com ele, na verdade, as categorias e empresas ainda estão em negociação sobre os dissídios. Mas como quando o reajuste for decidido, será retroativo a setembro, os preços aplicados por distribuidoras já começaram a subir.
— E o estoque de GLP é um estoque baixo: gira em quatro dias. Daí que os aumentos chegam rapidamente para o consumidor — diz.
No município do Rio, o botijão de 13 kg está sendo vendido em média por R$ 87, segundo a Agência Nacional de Petróleo (ANP), mas o EXTRA já encontrou comercializado por R$ 97,59, no Anil, na Zona Oeste. No estado do Rio, o maior preço médio do botijão é praticado em Nova Friburgo (R$ 102,22). Na Região Metropolitana, Nova Iguaçu (R$ 85,31), Duque de Caxias (R$ 81,66) e São João de Meriti (R$ 84,17) têm preços menores do que o da capital. Niterói (R$ 77,85) e São Gonçalo (R$ 84,75) também ficam atrás.
Crise:
Procurado, o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigas) tratou o aumento como especulação. E afirmou que desconhece “a informação e ressalta que o preço do produto é livre em todos os elos da cadeia, podendo sofrer variações para cima e para baixo de maneira não uniforme. Ademais, os preços praticados pelas revendas ou ainda pelas distribuidoras associadas não são reportados à entidade. As oscilações de preços do GLP são acompanhadas pelo Sindigás exclusivamente por meio de consulta a fontes oficiais, como a pesquisa de monitoramento de preços da Agência Nacional de Petróleo (ANP), os estudos publicados pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), ou ainda, dados públicos do Ministério de Minas e Energia (MME)”.