Após solicitação da Prefeitura de Maricá, uma equipe do Instituto Estadual do Ambiente (INEA) esteve no canal e na lagoa de Ponta Negra nesta quinta-feira (09/09) para recolher amostras da água, após a mortandade de peixes registrada no último sábado (04).
Desde então, notícias falsas sobre a qualidade do pescado após o evento adverso vêm prejudicando a atividade pesqueira na região. A ação foi acompanhada pelo secretário de Agricultura, Pecuária e Pesca de Maricá, Julio Carolino, e realizou a coleta em três pontos da lagoa da Guarapina.
Após a coleta, Julio Carolino relatou que a própria técnica do INEA que realizou a coleta constatou a boa qualidade da água e a grande quantidade de peixes e as diferentes espécies que temos aqui, tudo na temperatura ideal, por volta de 24 graus.
“Ela até estranhou que tenha havido esse problema, mas o pior de tudo foram as notícias divulgadas sem o devido fundamento e que criaram uma situação difícil para o lado mais frágil da cadeia produtiva, que é o pescador. Reforçamos que o pescado daqui pode ser consumido sem qualquer temor. Desde sábado, não tivemos qualquer atendimento em nossa rede pública de saúde causado por consumo de peixe”, atestou o secretário, que teve uma reunião com a Associação dos Pescadores de Ponta Negra na quarta-feira (08).
A Secretaria de Saúde de Maricá informou que, nos últimos dias, não houve registro da entrada de pacientes com relatos de intoxicação por ingestão de pescado possivelmente contaminado no Hospital Municipal Conde Modesto Leal, no Centro.
O presidente da associação, Waldir Pacheco, reforçou as declarações de Julio Carolino, mas afirmou que a situação entre os pescadores ainda preocupa.
“As notícias que saíram depois é que nos prejudicaram e agora estamos com dificuldade para vender nossa produção”, disse o líder da categoria.
O diretor de Segurança Hídrica e Qualidade Ambiental do INEA, Hélio Wanderlei, afirmou que virá a Maricá na próxima segunda-feira (13/09) e vai visitar pessoalmente a região de Ponta Negra. Ele espera até lá já ter resultados preliminares das análises.
“É prematuro falar em hipóteses, temos de aguardar os resultados, mas é possível que fatores externos tenham tido alguma influência nesta mortandade. Vamos analisar a carga orgânica recebida pela água e também ouvir pescadores e moradores”, explicou o diretor.