O prefeito do Rio, Eduardo Paes, exibiu durante a apresentação do Boletim Epidemiológico desta sexta-feira (17) um vídeo do presidente Jair Bolsonaro fazendo ataques à Prefeitura do Rio, e chamando Paes de ‘ditador’, por conta da exigência do comprovante de vacinação para servidores públicos municipais. O ‘passaporte’ também é obrigatório para entrar em academias, clubes e cinemas da cidade. Durante a fala, Paes, que perdeu o pai para a covid-19 em junho, afirmou que “não dialoga com a morte”, e que os decretos de estimular a vacinação são “paixão pela vida”.
“Quero dizer, com muito respeito e formalidade, que não dialogo com a morte. As ações políticas desse governante aqui se dão a partir de gestos de empatia com os cidadãos, com o que vem passando a população do mundo, especialmente a brasileira. O que me move aqui, e o que tem levado a minha ação permanente na busca de superar essa pandemia, é a solidariedade com as muitas famílias enlutadas nesse país. Não sei se o presidente da República tem capacidade de se sensibilizar com isso. Quero crer que sim”, disse Paes.
Na live de quinta-feira, Bolsonaro fez ataques diretos a Paes, o chamou de ditador, questionou a eficácia da Coronavac e defendeu, novamente, o uso de remédios sem eficácia comprovada para a covid-19. “Eduardo Paes, tomar a Coronavac tem alguma comprovacação científica? Que maldade é essa?”, disse o presidente. Em outro trecho, ele acrescenta: “São projetos de ditadores do Brasil. Um é o Eduardo Paes, no Rio de Janeiro”.
O Boletim Epidemiológico foi apresentado, e antes da abertura para as perguntas da imprensa, Paes reagiou aos ataques.
“Ele objetivamente me citou em determinando momento em sua live, ontem. Eu tenho tentado, desde o início dessa pandemia, desde que assumi, não politizar essa discussão sobre a vacinação, sobre a covid-19. E continuarei buscando não fazê-lo. Mas diante dos comentários do presidente ontem, não poderia deixar de fazer aqui alguns comentários”.