A produção de cachaça é uma atividade promissora no estado: o Rio de Janeiro tem 404 marcas registradas, sendo o terceiro no ranking nacional. As perspectivas deste negócio mobilizaram entidades do setor no encontro virtual promovido pelo Fórum da Alerj de Desenvolvimento Econômico, nesta segunda-feira (27/09). De acordo com o presidente do Sindicato Intermunicipal da Indústria de Bebidas em Geral do Rio de Janeiro (Sindbebi), Marcus Rumen,já são 64 estabelecimentos produtores de bebida registrados.
“O Rio tem tradição na produção de destilados, como a cachaça, e fermentados, como a cerveja. Estima-se que estas indústrias gerem 15 mil empregos diretos e indiretos. Todas as grandes marcas de cervejas nacionais estão no Rio de Janeiro, que possui um mercado consumidor muito favorável ao consumo de bebidas em geral, pela praia, pelo carnaval, e pelos grandes eventos. É um estado formador de opinião, propício à construção de marcas”, declarou.
Vice-presidente da Associação de Produtores e Amigos da Cachaça do Estado do Rio de Janeiro (Apacerj), Katia Alves, destacou a qualidade das cachaças produzidas no estado e apontou caminhos para o fortalecimento do setor. Ela informou que, com a pandemia, as exportações caíram em 2020, com o estado caindo do segundo lugar para o terceiro no ranking.
“Nossas cachaças são notabilizadas pela qualidade, atestadas em premiações no Brasil e no exterior. Estamos entre os melhores destilados do mundo, competindo com vodcas, conhaques etc. O produto é demandado por mercados muito exigentes, como os Estados Unidos e o Japão. Os próximos passos devem ser no sentido do fortalecimento conceitual sobre a bebida e trabalhar com outros setores correlatos. No Turismo, questão a ser vencida é a infraestrutura em estradas e comunicação”, descreveu.
Especialista técnico de Educação da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), José Gonçalves Antunes, acredita que a aposta a ser feita é, de fato, na qualidade dos produtos. “É um mercado que, muitas vezes, pessoas de outros estados exploram melhor que nós. Temos que virar referência, especialmente nos mercados premium e superpremium, que possui maior rentabilidade, inclusive pelo potencial de consumo que temos no estado. Isso fará o segmento crescer”, sugeriu.
Secretária-geral do Fórum, Geiza Rocha, destacou que esta é uma indústria que se destaca também pelo rigor na garantia da qualidade dos produtos: “É interessante como cada ator pode, no desenvolvimento de sua atividade, contribuir para o setor como um todo. A proposta do Fórum é promover esse debate, buscando um caminho conjunto pelo olhar do setor”.