O número de internações por covid-19 na cidade do Rio tem se multiplicado a cada atualização da rede municipal. Na segunda (17), os hospitais iniciaram o dia com pouco mais de 500 internados. Na manhã desta terça-feira (18), já são 623 pacientes, e outros 26 esperando vaga por um leito. E no dia em que o início da vacinação no Rio completa um ano, 90% dos internados não completaram o esquema vacinal.
Diante do aumento de quase todos os índices da doença – à exceção dos óbitos, que seguem baixos -, o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, admite que “não dá para prever” o comportamento da variante Ômicron.
“A variante Ômicron se comportou no Rio de maneira muito parecida com os outros países. É uma onda bastante aguda, isso sempre preocupa. Em muitos países a gente viu uma curva próxima de trinta dias de duração, mas aqui no Rio de Janeiro não dá para a gente prever. Temos que estar preparados para aumentar pontos de testagem, pontos de atendimento, leitos hospitalares. Porque a gente não sabe de fato o quanto isso vai durar. Agora, é analisar os dados. Por enquanto, temos uma curva crescente”, afirmou Daniel Soranz, durante a inauguração de um novo centro de testagem na Arena Carioca Jovelina Pérola Negra, na Pavuna – é o 15º aberto pela rede municipal. Segundo o secretário, a prefeitura aumentou em 48 vezes a capacidade de testagem – são quase 100 mil testes por dia.
Também faz parte da tentativa de proteger a cidade da saturação do sistema a reabertura de leitos para a covid-19. É o caso do Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, em Acari, que no fim do ano passado chegou a celebrar a alta do último paciente internado com covid. A situação, agora, é de reabrir as vagas. Desde o início do ano foram 150 leitos abertos.
“Infelizmente, fomos obrigados a reabrir leitos no Ronaldo Gazolla. Já são 150 leitos reabertos nesse hospital, e caso seja necessário reabriremos mais leitos até nossa capacidade total, que são 1.400 leitos”, afirmou Soranz, que disse seguir na expectativa de uma resposta do Ministério da Saúde sobre a reabertura de leitos federais.
“Infelizmente, o Clementino Fraga Filho (Hospital do Fundão) fechou os leitos em dezembro e está fazendo falta para covid e outras doenças. Além do Hospital Geral de Bonsucesso, com 250 leitos fechados. São leitos de altíssima complexidade que também fazem muita falta. Ainda não recebemos retorno aos ofícios enviados”.
Neste momento, cerca de 90% dos pacientes internados não tomaram as duas doses, ou sequer a primeira. “É muito importante que as pessoas tenham essa consciência coletiva e saibam que elas têm muito mais risco de agravar e internar se não se vacinarem”, alertou o secretário.