Um estudo conduzido pela Fiocruz em parceria com a Prefeitura do Rio avalia a possibilidade da aplicação de uma quarta dose para a população, que poderá ser administrada entre seis meses e um ano após a terceira dose. A pesquisa ainda não tem prazo para definição, mas a Secretaria Municipal de Saúde já trata como possiblidade.
Atualmente, a quarta dose, chamada de ‘dose adicional’, é aplicada no Rio apenas em pessoas imunossuprimidas com mais de 18 anos. A ideia é estender o público. “A gente ainda não tem definição se a quarta dose será dada com seis meses ou um ano, mas pode ser que seja necessário, sim, mais uma dose para os idosos. Esse intervalo ainda está sendo estudado. Mas por enquanto ainda não é recomendado”, afirma o secretário municipal de Saúde Daniel Soranz. Ele ressalta, no entanto, que as pessoas já estão protegidas com a dose de reforço.
“As vacinas protegem, e essa proteção cai ao longo do tempo da aplicação da segunda dose, cerca de quatro meses depois. Na dose de reforço, essa proteção ainda se mantém depois de quatro meses”, explica.
O estudo acompanha a produção de anticorpos entre seis meses e um ano após a terceira dose, com combinações de vacinas – a dose de reforço é usualmente de uma fabricante diferente das duas primeiras. A intenção da Prefeitura é, caso confirme a adesão à quarta dose, aplicá-la primeiramente nos idosos. O estudo, no entanto, não é exclusivo para pessoas com mais de 60 anos.
Pesquisadora em Saúde da UFRJ, Chrystina Barros avalia que a quarta dose é bem-vinda, diante dos estudos que avaliam uma diminuição da proteção da vacina após um período de tempo.
“Nós ainda estamos aprendendo como as novas variantes se comportam em relação à imunidade das pessoas ao longo do tempo. Com base no perfil daqueles que eventualmente têm complicações, começa a ser observado o período decorrido entre a última dose e a internação. A partir disso, temos informações que mostram a queda na imunidade depois de um tempo. Portanto, além do reforço, é indicada a quarta dose para as pessoas que tem comorbidade”, explica Chrystina Barros.
A especialista em Gestão da Saúde da UFRJ, Claudia Araujo, ressalta a possibilidade da vacinação contra a covid se tornar uma campanha periódica.
“É importante que a população se mantenha imunizada, em dia com a vacina. O que já se entende é que a gente vai ter que tomar, sim, a vacina contra a covid com uma certa periodicidade. Estima-se que será como a da gripe. Portanto, saindo a quarta dose para idosos ou pessoas mais sensíveis, é fundamental aderir”.