O povo de Maricá comemora neste domingo (1º/05), Dia do Trabalhador e da Trabalhadora, os dois anos da inauguração do Hospital Municipal Dr. Ernesto Che Guevara, em São José do Imbassaí. Desde a sua abertura, em 2020, mais de 3.300 vítimas da Covid-19 passaram pelos cuidados dos dedicados profissionais de saúde, milhares de vidas foram salvas e sonhos recuperados. Um novo momento o espera, o hospital vai realizar cirurgias nos próximos meses, reduzindo a fila de espera do Sistema Único de Saúde (SUS) com moradores que precisam se deslocar longas distâncias para fazer os procedimentos.
O Che foi fundamental como referência no atendimento aos pacientes com coronavírus, dando suporte à população de Maricá e toda Região Leste Fluminense, composta por 16 municípios, como Armação dos Búzios, Cabo Frio, Casimiro de Abreu, Itaboraí, Niterói, Rio Bonito e São Gonçalo. Além disso, mais de 17 mil exames de imagens foram feitos no período, entre ultrassonografia, endoscopia, raio-x e tomografia, este último em um dos aparelhos mais modernos do Estado do Rio de Janeiro: um tomógrafo Canon de alta complexidade, com 128 canais – os modelos comuns tem de 8 a 16 canais –, que fará da unidade também um centro para pesquisas avançadas em outras áreas, como a coronariana.
“O Che Guevara cumpriu o seu papel na assistência e cuidado de qualidade àqueles que foram acometidos por essa grave doença ao longo desses anos. Agora, estamos vivendo uma fase, de recomeço e, para isso, estamos preparando o hospital para ser referência em cirurgias do município, ampliando a capacidade de execução de procedimentos em nossa cidade”, explicou a secretária municipal de Saúde de Maricá, Solange Oliveira.
Legado para Maricá e exemplo para o Brasil
A unidade conseguiu não só integrar toda a rede local de combate à pandemia, ampliando a capacidade total de atendimento na cidade, mas também criando um fluxo eficiente com anteparo do Hospital Conde Modesto, do Posto Santa Rita e da UPA de Inoã. A estrutura de 10 mil m² de área construída e 13 mil m² de área total, tornou-se um legado para a cidade e para Estado, unindo qualidade e segurança.
Uma atuação, por sinal, que não passou incólume na atenção da mídia, principalmente internacional: duas das maiores agências de notícias internacionais do mundo, a americana Associated Press, e a francesa Agência France Presse, elegeram o Che Guevara como o exemplo brasileiro de ação bem sucedida contra a Covid-19. As duas agências enviaram correspondentes internacionais ao hospital, que produziram reportagens distribuídas em inglês e em francês para mais de 100 países em todo o mundo.
Estrutura de alto nível e profissionais capacitados geram admiração
Tecnologia somada a equipamentos de ponta são o que não faltam ao hospital, que conta com mais de mil colaboradores. Na segunda-feira (02/05), haverá uma comemoração simples e simbólica, dedicada aos funcionários que fazem o serviço acontecer. A enfermeira responsável pelo Centro de Terapia Intensiva (CTI) 3, Alana Priscilla Viana, 29 anos, relatou o orgulho de vestir a camisa do Che, que garante o suporte necessário para a execução de um bom trabalho.
“É incrível trabalhar aqui! Posso dizer com toda certeza que o Che mudou a minha vida profissional. Primeiro, por toda a experiência no enfrentamento à pandemia, segundo pelo cuidado diferenciado, tanto pela estrutura oferecida aos profissionais e pacientes, quanto pela assistência humanizada que prestamos aqui. Tenho muito orgulho de fazer parte desse time. Parabéns ao Che!”, enfatizou.
Relato de agradecimento e admiração que também vem de um paciente, Douglas Moraes, de 43 anos, morador de Itaipuaçu, internado para tratar uma infecção urinária e impressionado com a infraestrutura disponível no local. “Já passei por diversos hospitais, inclusive particulares, em vários lugares do Brasil, mas confesso que estou surpreso com a qualidade do atendimento daqui. Por ser hospital municipal, creio que deveria ser um exemplo para outros do Brasil, mostrando que é possível oferecer um serviço de saúde de qualidade para as pessoas que mais necessitam”, destacou o paciente.
Vacinação e redução dos casos da Covid-19 fazem hospital mudar de perfil
O avanço da imunização contra a Covid-19, que já alcança mais de 133 mil moradores de Maricá, ou seja, 93,6% das pessoas acima de 12 anos, e o crescimento da cobertura da dose de reforço dos adultos – cerca de 61%, 78 mil imunizados – fez com que o hospital chegasse ao menor cenário de ocupação de vítimas do coronavírus desde a abertura dos leitos: em 30 dias, apenas um paciente foi internado com Covid-19.
A nível de comparação, em abril de 2021, auge da contaminação pela doença naquele ano, 116 pacientes chegaram a ficar internados ao mesmo tempo no local. Com o atual panorama de melhora da pandemia, a unidade entrará em uma nova fase a médio prazo. Para isso, a Secretaria de Saúde trabalha na transformação do hospital Che Guevara em referência cirúrgica, com previsão de início dos procedimentos no segundo semestre deste ano.