Por meio de carta ou mensagens no WhatsApp, os golpistas fazem cobranças ilícitas para uma suposta solução de casos. Para evitar cair nessa armadilha, é preciso estar atento ao funcionamento do golpe.
Como é dado o golpe? Pedro Vilhena, sócio da Mansur Murad Advogados, especialista em proteção de dados pessoais, mestre em direito pela Universidade de Estrasburgo, na França, diz que, ao obter as informações dos titulares e de seus advogados nos processos, os criminosos falsificam uma conta de WhatsApp com o nome e a foto do profissional responsável pelo caso e entram em contato com a vítima.
Na abordagem, os criminosos dizem que o pagamento da indenização (em forma de precatório) está próximo e que para viabilizá-lo seria necessário custear documentos ligados às certidões que estariam em falta. Em seguida, enviam uma cobrança e uma chave Pix para a vítima.
Outra estratégia é a de entrar em contato com a vítima por meio de carta com uma identidade visual de algum órgão judicial, além de informações do advogado do caso e de uma descrição da situação. Na correspondência ainda existe uma solicitação de pagamento via Pix.
Por que as pessoas aceitam pagar? Como os titulares estão com a expectativa de receber algum valor, elas ficam felizes com a solução do caso e aceitam pagar a taxa pedida para a suposta liberação do dinheiro, diz Vilhena.
Como os criminosos conseguem os dados? Pedro Henrique Chrismann, doutor em teoria do estado e direito constitucional e sócio do Vergueiro Advogados Associados, afirma que os fraudadores buscam processos vinculados a escritórios de advogados especializados. Eles sabem que esses escritórios cuidam de muitas causas contra a administração pública e que, portanto, possuem vários clientes com pagamentos judiciais a serem recebidos.
Outra possibilidade é quando os fraudadores conseguem pesquisar a fila de pagamento dos precatórios judiciais nos sites dos Tribunais de Justiça. Nessa fila, é possível ter acesso ao número do processo para, dentro do sistema do tribunal, consultá-lo e obter as informações da pessoa.
Os dados podem ser encontrados e comprados ilegalmente na internet com certa facilidade, declara Chrismann.