Ao todo, a rede municipal conta com 90 unidades escolares e quatro administrativas. De acordo com a coordenadora de Alimentação Escolar, Ana Beatriz Garcia, a qualidade nutricional e variação proposta do cardápio seguem as diretrizes do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), através da resolução nº 6 de 2020.
“Além de servir uma alimentação de qualidade, nossa preocupação é o desenvolvimento psicossocial e cognitivo dos alunos, por isso fornecemos alimentos variados, de modo que o aluno da rede pública municipal tenha uma melhor aceitação. O cardápio é elaborado a fim de servir o alimento em diferentes preparações, a batata, por exemplo, pode ser em forma de purê, escondidinho. O objetivo é incentivar o aluno a ter uma alimentação saudável, explicar o que e quais são os legumes, a importância e seus benefícios. Além de elaborarmos projetos com o objetivo de evitar desperdícios”, explicou a coordenadora.
E para compor a gama de alimentos utilizados nas escolas, foi realizada uma chamada pública para aquisição diretamente da Agricultura Familiar e do Empreendedor Familiar. O objetivo é que os produtores rurais possam prover as necessidades de alimentação escolar. Os alimentos adquiridos atendem às determinações estabelecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), respeitando as especificações técnicas elaboradas pela Emater-Rio, priorizando os alimentos orgânicos e agroecológicos.
Além da introdução de novos pratos, o corpo de nutricionistas — que conta com 13 profissionais em atividade — ainda promove testes de aceitabilidade junto aos estudantes. Essas avaliações são feitas ao longo do ano para analisar a percepção dos alunos em relação ao cardápio, ingredientes e formas de preparo.
“Toda refeição tem uma opção de salada e legumes, todos os dias têm uma opção mais saudável. A educação alimentar começa na escola também e as crianças são multiplicadoras, chegam em casa levando essa informação. Muitas crianças não costumavam comer salada em casa e, a partir da escola, estão começando a conhecer, comer e gostar”, explicou a nutricionista da rede, Luciana Nascimento.
A dona de casa Elisângela Silva, de 33 anos, é mãe de um aluno de 10 anos, que está matriculado na Escola Municipalizada Maria das Dores Antunes, em Picos. No dia que foi buscar o filho na unidade, o cardápio do dia era: arroz, feijão, strogonoff de carne e salada de alface com tomate e cenoura, além de laranja como sobremesa. A escola atende alunos da Educação Infantil ao 5º ano do Ensino Fundamental.
“Meu filho gosta muito da comida da escola, toda vez ele fala do cardápio diferente. Estão introduzindo verduras e isso é bem importante no crescimento. Ele estuda de manhã, almoça na escola e em casa de novo, ele gosta muito de comer. Um aluno bem alimentado vai aprender melhor. A criança se estiver com fome, não vai aprender. Em casa, é muito difícil introduzir as verduras”, contou a mãe.
Moradora do Engenho Velho, a dona de casa Kátia da Silva, de 40 anos, é mãe de dois alunos na Escola Municipal Prefeito João Baptista Caffaro. A unidade atende mais de 450 estudantes, em dois turnos, da Educação Infantil ao 5º ano do Ensino Fundamental.
“Eles falam muito da comida da escola, chegam em casa e falam o que almoçaram. Como eu estou desempregada, não é todo dia que a gente pode dar aquela alimentação perfeita, então mesmo que comam só o básico em casa, chegam no colégio tem aquele reforço, isso é muito importante para as crianças. Barriga cheia ajuda no aprendizado, se concentram melhor. Essa alimentação é importante visto a fase de crescimento deles”, completou a mãe.