O vereador em São Paulo, deputado estadual mais votado em outubro, economista e ex-senador Eduardo Suplicy visitou Niterói nesta sexta-feira (25) para conhecer a evolução da Moeda Social Arariboia. Criador da Lei 10.835/04, que instituiu no país a Renda Básica de Cidadania, Suplicy é um estudioso e um especialista em programas de transferência de renda. O ex-senador esteve presente no lançamento da Moeda Social Arariboia, em dezembro de 2021.
O prefeito de Niterói, Axel Grael, destacou que Eduardo Suplicy é uma grande inspiração e uma pessoa que tem muito reconhecimento por ter sido pioneiro em fazer da transferência de renda e da renda básica uma bandeira de política pública no país.
“Graças a essa campanha que ele fez no país, tivemos as primeiras iniciativas. A primeira foi no Recife, depois Maricá colocou a questão em uma amplitude maior. Aprendemos muito com Maricá e implantamos em Niterói. A gente vê essa experiência se expandindo pelo país. Esse é um caminho fundamental para produzir mais inclusão social. Temos muito orgulho do trabalho que está sendo feito em Niterói. São mais de 30 mil famílias, mais de 70 mil pessoas beneficiadas pela Moeda Social Arariboia”, explicou Axel Grael.
O prefeito lembrou que o programa está sendo expandido para, por exemplo, motivar comunidades a participarem de políticas ligadas ao clima. Axel Grael enfatizou que a Moeda Social é um fator de motivação e envolvimento.
“Tudo isso é um legado que o ex-senador Suplicy deixa para o país. Ele ainda é um grande estimulador. Veio aqui a Niterói para pedir informações sobre o avanço do programa. A gente apresentou os dados e ele anotou tudo. Ele já publicou várias obras sobre esse conceito de renda básica. Com certeza o que a gente está fazendo aqui vai ser objeto das próximas publicações dele. Temos muito orgulho disso”, pontuou o prefeito.
Eduardo Suplicy afirmou que o diálogo com o prefeito Axel Grael foi muito proveitoso. “Foi extremamente interessante conhecer mais de perto os avanços desde o início da Moeda Social Arariboia. Existe um número considerável de pessoas beneficiadas. Os exemplos de Niterói, de Maricá e de outras cidades do estado do Rio são muito estimuladores para que outros municípios brasileiros sigam nessa direção. E também que o próximo governo federal, cuja equipe de transição está estudando como serão aplicados os programas de desenvolvimento social, esteja atento a essas experiências”, disse Eduardo Suplicy.
Além do prefeito Axel Grael, participaram da conversa com Eduardo Suplicy secretários da administração municipal de Niterói; o vice-prefeito de Maricá, Diego Zeidan; e o presidente da Rede Brasileira de Renda Básica de Cidadania, Leandro Ferreira. O encontro ocorreu no Reserva Cultural, em São Domingos, durante o primeiro dia do Festival Niterói Cervejeiro 450 anos.
A Moeda Social – A Moeda Social Arariboia é um programa de transferência de renda que beneficia hoje cerca de 31 mil famílias. Lançada em dezembro de 2021, a Moeda Social contempla famílias que estão cadastradas no CadÚnico e que fazem parte do recorte de renda que as classifica como em situação de vulnerabilidade ou de extrema vulnerabilidade. Desde o início, já foram realizadas quase 30 mil transações em Arariboia. O programa já injetou R$ 82 milhões na economia da cidade.
O valor do benefício varia conforme o número de membros da família. O valor inicial, para o primeiro membro, é de R$ 250. A partir daí, cada membro recebe R$ 90 até mais cinco pessoas, totalizando 6 integrantes de uma mesma família, com valor máximo de R$ 700, para famílias com seis membros.
A Arariboia é a moeda alternativa para realização de transações econômicas sem utilização ou conversão por dinheiro com o objetivo de fazer girar e desenvolver a economia local. As moedas sociais cumprem um papel fundamental no desenvolvimento das comunidades já que permitem a criação de um mercado complementar e oferecem a possibilidade de se produzir e consumir dentro de um bairro ou município.
Além das famílias, mais de 5 mil estabelecimentos estão cadastrados para receber em Arariboia, movimentando as vendas e o comércio. Com a Moeda Social, ganha o usuário que tem uma renda para suas necessidades básicas, como alimentação e farmácia, e o comerciante que vê na moeda uma forma de ampliar sua receita.