Como quem pudesse escolher entre uma situação ruim e outra péssima, a costureira Roberta Miranda de 51 anos, diz “Prefiro pisar na lama, mas sempre ter os remédios do meu filho nos postos de saúde, pé com lama a gente resolve lavando, mas a saúde não funciona assim”, desabafa Roberta.
A costureira moradora da Rua C, Lote 119, Quadra 35, Granjas Cabuçu, em Itaboraí, região metropolitana do Rio de Janeiro, sofre com a falta de estrutura da rua, que não tem asfalto. Quando chove, a lama é tanta, que fica difícil sair de casa. Mas, o que realmente tira o sono de Roberta, é não ter as medicações, nos postos de saúde, para o seu filho Thomas Edson dos Reis Miranda, de 33 anos. Thomas tem esquizofrenia há 12 anos, faz uso de diversos medicamentos diariamente, para controlar a doença. Medicamentos esses, que recebeu pela última vez, em 2021.
Segundo Roberta, sempre tinha os remédios nos postos de saúde, mas desde o início do mandato do atual prefeito da cidade, Marcelo Delaroli (PL), ela nunca mais recebeu.
Mãe de 4 filhos, Roberta mora com o seu filho Thomas, que precisa de seus cuidados. Além dos trabalhos de costura, Roberta faz faxinas para complementar a renda. Thomas recebe o benefício LOAS, onde gasta em torno de R$ 450,00 por mês do benefício para comprar remédios.
A equipe do Jornal SOS Notícias de Itaboraí, esteve na Farmácia Básica, no Centro de Itaboraí, para verificar as informações. Entre os remédios necessários para o Thomas, que são Haloperidol, Prometazina, Ácido Valpróico, Diazepam, Levomepromazina e Haloperidol decanoato, a Farmacia Básica só tinha a medicação Haloperidol, que segundo o atendente, chegou no dia em que estávamos no local ( 05/06/23).
Perguntado se tinha previsão sobre a chegada das outras medicações, o atendente respondeu que não sabia informar.
Roberta lamenta, ter que conviver com o descaso, pois há mais de um ano que tem que arcar com as medicações.
“Esse dinheiro poderia ser investido na qualidade de vida do meu filho, mas a gente tem que se virar com o que tem, um infelizmente a saúde não é prioridade aqui no município”, lamenta Roberta.
Entramos em contato com Prefeitura de Itaboraí, para saber sobre as medicações, mas até o fechamento dessa matéria, não tivemos respostas.