Um relato de indignação de uma mãe atípica de Itaboraí, movimentou o Facebook no dia 26/06. A manicure, Milla Mendonça, de 33 anos, moradora de Picos em Itaboraí, é mãe de Pedro de 12 anos e Victor Mendonça de 6 anos. Victor nasceu com paralisia cerebral, é uma criança acamada em estado vegetativo.
Na madrugada de uma terça-feira, 06/06/23, Victor estava cianótico (Roxo), com febre alta e convulsionando no berço. Foi levado as pressas para o Hospital Municipal Desembargador Leal Junior, em Itaboraí, região metropolitana do Rio de Janeiro, ao chegar foi medicado. Parou de convulsionar e a febre baixou depois de muita compressa de água fria, mas os olhos ainda estavam com muita secreção. Segundo Milla, o profissional falou que tinha um vírus circulando e poderia ser esse o motivo do Victor estar com secreção nos olhos. Não passando nenhum exame, o médico prescreveu um colírio e liberou o paciente.
Ao receber alta, Milla pediu para verificar a saturação (taxa de oxigenação do sangue) do filho, que estava 93, sendo que o de costume era de 97 a 98. A intuição de mãe dizia que o filho não estava bem, em busca de melhor atendimento, Milla levou seu filho para Hospital Universitário Antônio Pedro, em Niterói. Ao chegar, foram feitos exames de RX, hemograma completo, exame de urina e teste de Covid. O diagnostico recebido foi pneumonia. Victor segue internado no Hospital Universitário Antônio Pedro.
Diante desse caso, várias mães se manifestam na publicação, relatando casos semelhantes e reclamando do atendimento do hospital. “Exames existem para diagnosticar doenças, mas muitas das vezes, o achismo fala mais alto. É muita falta de sabedoria, profissionalismo e empatia”, desabafa Milla Mendonça.
Na mesma publicação, o secretário de saúde de Itaboraí, Hédio Mataruna, pediu para a moradora de Itaboraí relatar suas insatisfações no canal oficial, indicando o telefone da ouvidoria do SUS e acrescentou que pode contar com o secretário para um atendimento com dignidade, lembrando-a que, a mesma, já teve atendimento através do Serviço Domiciliar (SAD). Em resposta, a mãe do Victor disse: “Secretário do que adianta ser atendido pelo SAD se não tenho acesso à ensumos, remédios, fraldas e gases. Me desculpe, mas o atendimento domiciliar com dignidade é não faltar nada ao paciente. Meu filho é neuropata grave, pneumopata, recebe uma visita na semana, faz uma fisioterapia de uns 10 minutos 1 vez na semana. Me desculpe, mas dignidade vai muito além disso!”, desabafa a manicure.
O secretário de saúde de Itaboraí entrou em contato com Milla, informando que está com sua demanda e pedindo perdão pelo ocorrido. A manicure fez reclamação na ouvidoria e recebeu o prazo de 30 dias para resposta sobre o atendimento recebido do filho.
Entramos em contato com o secretário de saúde de Itaboraí e com a prefeitura da cidade, para esclarecimento do caso e até o fechamento dessa matéria, não obtemos respostas.
Fotos: divulgação