A proteção dos povos tradicionais esteve presente no debateu do painel Florestas: Protegendo a Natureza para o Clima, Vidas e Subsistência, neste sábado (02/12), na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP28), em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Ao participar do evento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, destacou que, além de evitar o desmatamento e proteger a biodiversidade, é preciso cuidar das pessoas que vivem nesses biomas.
“É a primeira vez que as florestas vêm falar por si. É a primeira vez que nós estamos dizendo: não basta evitar desmatamento, é preciso cuidar da floresta, cuidar das pessoas que moram na floresta, e cuidar da biodiversidade da floresta. Isso custa muito dinheiro, e os países ricos têm que ajudar a pagar essa conta. É isso que nós queremos nesta COP”, afirmou.
A ministra do Meio Ambiente e Mudança Climática, Marina Silva, explicou que o Brasil tem um plano de prevenção e controle do desmatamento com eixos que prevêem combate às práticas ilegais que destroem a floresta, ordenamento territorial, apoio às atividades produtivas sustentáveis e incentivo à bioeconomia.
“Já conseguimos nos dez primeiros meses de governo reduzir em 49,5% o desmatamento que estava em tendência de alta assustadora, evitando lançar na atmosfera 250 milhões de toneladas de carbono. Se não fossem as medidas adotadas, teríamos um aumento de 54% no desmatamento e não uma queda de 49%”, disse a ministra.
Marina Silva mencionou a retomada das políticas de proteção aos povos originários com a criação do Ministério dos Povos Indígenas como uma das ações mais relevantes para esse processo. E falou ainda do esforço do governo brasileiro para ampliar o reconhecimento dos territórios quilombolas. “Os povos originários são responsáveis por 80% das florestas protegidas do mundo”, afirmou.
A ministra também citou o Plano de Transformação Ecológica, lançado pelo governo brasileiro na COP 28. “O desenvolvimento sustentável que protege as florestas, a biodiversidade, a água, também está protegendo a cultura, uma cosmovisão e, sobretudo, o equilíbrio do planeta”, disse Marina Silva, complementando que o Brasil quer desenvolver um mecanismo para o financiamento global de florestas a partir dos fundos soberanos.
A Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2023 segue com debates até o dia 12 de dezembro, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. O evento reúne lideranças mundiais para traçar estratégias e acordos que possam mitigar os danos das mudanças climáticas no planeta.
Fonte/Foto Agência Gov