No centro de uma investigação da Polícia Federal (PF), o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), é o sétimo chefe do Executivo estadual a ser suspeito de participar de um esquema de corrupção envolvendo licitações e contratos administrativos de assistência social. A operação, denominada Sétimo Mandamento, desencadeada recentemente, revelou indícios de fraudes que resultaram no desvio de recursos públicos e na direção de serviços a redutos vinculados ao grupo político do governador.
A PF, com autorização do ministro Raul Araújo do Superior Tribunal de Justiça (STJ), quebrou os sigilos telemático, fiscal e bancário de Cláudio Castro como parte das investigações. O foco da operação inclui buscas no endereço do irmão do governador, Vinícius Sarciá Rocha, presidente do Conselho de Administração da Agência Estadual de Fomento (Agerio). Os investigadores apontam que a taxa de propina nos contratos variava entre 5% e 25%, totalizando mais de R$ 70 milhões em pagamentos ilícitos. Os crimes sob investigação abrangem organização criminosa, peculato, corrupção e lavagem de dinheiro.
As apurações ganharam força no início do ano, quando o ministro Raul Araújo atendeu ao pedido da Procuradoria-Geral da República para iniciar um inquérito contra Cláudio Castro. A suspeita remonta ao período em que o governador exercia o cargo de vereador e vice-governador. A Operação Sétimo Mandamento é uma sequência desses esforços de investigação.
Cláudio Castro assumiu o cargo de governador em maio de 2021, após o impeachment de seu antecessor, Wilson Witzel, que foi afastado por acusações de corrupção na Saúde durante a pandemia. O antigo governador perdeu o cargo por unanimidade em abril de 2021.
Em um contexto político conturbado, o atual governador, que foi reeleito em primeiro turno no ano passado com quase 60% dos votos, agora enfrenta um período desafiador com a pressão das investigações em curso e a possibilidade de implicações legais resultantes das alegações de corrupção que pairam sobre seu governo. Detalhes específicos do inquérito permanecem em sigilo, enquanto a sociedade aguarda por desenvolvimentos significativos nesse caso que impacta a política do Rio de Janeiro.
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