O Sindicato de Rodoviários de Niterói e região entrou com uma ação de abertura de investigação no Ministério Público contra a Prefeitura Municipal de Itaboraí. O foco principal da investigação está no contrato dos ônibus de tarifa zero conhecidos como “Laranjinhas”. O contrato em questão estabelece um acordo com a empresa Elite Turística, cuja sede deveria ser no município de Queimados, na baixada fluminense. Contudo, ao serem procurados pelo sindicato, descobriu-se que o local indicado como a sede da empresa abrigava, na realidade, uma imobiliária.
A falta de transparência no contrato levou os funcionários do sindicato a tomar uma posição firme. Em uma assembleia realizada em 20 de dezembro, decidiram realizar um protesto em frente ao Palacete Visconde de Itaboraí, sede da prefeitura da cidade, agendado para o dia 27 de dezembro às 9 horas da manhã.
Uma das principais preocupações do sindicato é a ausência de reajuste tarifário, que perdura por sete anos. Além disso, destaca-se a dívida milionária da prefeitura com a empresa, resultante da gratuidade concedida a estudantes e idosos, cujos custos não foram assumidos pelo poder público. Essa situação tem impacto direto na sustentabilidade financeira da empresa de transporte e prejudica tanto os trabalhadores quanto os usuários do serviço.
O sindicato ressalta a importância da investigação do Ministério Público para esclarecer as circunstâncias em torno do contrato dos ônibus de tarifa social e busca por respostas quanto à verdadeira localização da sede da Elite Turística. O protesto agendado representa a manifestação legítima dos trabalhadores em resposta à crise financeira enfrentada pela empresa de transporte.
Para o morador de Itaboraí, Jorge Júnior, o governo municipal de Itaboraí quis jogar o povo contra a empresa de ônibus Maravilha, estimulando o processo de enfraquecimento da Maravilha. “Com todo estímulo que a prefeitura de Itaboraí está fazendo contra os ônibus Maravilha, 150 famílias estão à beira de perder seus empregos. Sei que os ‘Laranjinhas’ são importantes para a população de Itaboraí, mas não é assim que se conduz esse processo tão importante que pode acabar com famílias desempregadas em pleno final de ano. Isso é muito sério! O governo de Itaboraí precisa estabelecer diálogo com a empresa Maravilha e garantir o emprego dessas 150 famílias”, afirma o morador de Itaboraí.
Foto: Jefferson Jorge