A Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar) apresentou o seu Fundo de Investimento Imobiliário (FII) na feira de negócios Smart Summit 2024, nesta quinta-feira (25/01), no Expo Mag, no Centro do Rio. O fundo é registrado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e tem pegada ambiental, já que tem entre seus ativos áreas que somam 534 hectares de Mata Atlântica preservada que geram renda verde por meio de Unidades de Crédito de Sustentabilidade (UCS).
“Atualmente há uma grande demanda internacional por ativos sustentáveis, principalmente por conta da Agenda 2030 da ONU”, disse o diretor de Gestão e Participação da Codemar, Cristiano Brochier, durante a apresentação para uma plateia de investidores.
“Essa pressão que os investidores sofrem e a demanda gerada estão por trás da criação do fundo tendo, dentro dele, áreas verdes que geram créditos. Reunimos dois projetos, o FII e a Mumbuca Verde”, acrescentou.
O presidente da CVM, João Pedro Nascimento, esteve no estande do Fundo de Investimento Imobiliário da Codemar para conhecer mais detalhes sobre o projeto. Ao longo do dia, muitos visitantes passaram pelo espaço. A feira é considerada uma das mais importantes sobre o mercado de investimentos no país e acontece até a sexta-feira (26/01).
O Fundo
O FII da Codemar foi criado recentemente e, no momento, a companhia detém 100% dos papéis, que passarão a ser negociados em alguns meses. A corretora parceira é a RJI. A estratégia inclui a definição dos projetos para as áreas e a avaliação mercadológica de cada um deles, a fim de atrair novos investidores.
As áreas de mata de pé são do programa Mumbuca Verde, e geram UCSs vinculadas a Créditos ao Produtor Rural Verde (CPR-V). A presença dessas áreas no FII faz dele um fundo de alto valor agregado e em sintonia com as necessidades e exigências do mercado global atual. Além dessas áreas, outros importantes ativos fazem parte do fundo, como locais onde estão erguidos equipamentos da companhia, o Hotel Maricá (que será construído pela Codemar).
Parceiros
A Codemar buscou parceiros que pudessem unir preservação e investimento quando pensou a Mumbuca Verde e encontrou na BMV Global a companheira ideal. A empresa usa uma tecnologia nacional com métricas específicas para valorar áreas preservadas e os serviços ambientais produzidos por elas.
O consultor da parceira, Paulo Braga, falou do projeto: “A gente levou para Maricá a oportunidade de implementar esse trabalho de dentro da nova legislação federal existente de pagamento por serviços ambientais. A gente faz desses serviços commodities ambientais que podem ser quantificadas. Assim podemos dar um valor e monetizá-los”, explicou Paulo Braga.
Segurança e retorno
Além de o FII estar registrado na CVM, ele também faz parte da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Ambima).
Já a UCS é registrada como Título Financeiro na B3 (Bolsa do Brasil) e está amparada por legislação nacional e pactos globais. A UCS, além de ser uma investimento na preservação ambiental, também é um investimento como qualquer outro título financeiro: são negociáveis e oferecem retornos como dividendos.
Serviços ambientais
De maneira breve, podemos dizer que são considerados serviços ambientais tudo o que a natureza faz e que nós utilizamos, seja a ciclagem da água, a produção de oxigênio, serviços como polinização muito úteis à agricultura e outros. Da mesma forma que o dono de um pomar colhe uma laranja e a vende, acontece com a mata de pé: a UCS é o fruto da conservação, que todos nós utilizamos para viver e que depende da manutenção da mata, cujo proprietário passa a ser rentabilizado para isso.
Fonte Prefeitura de Maricá
Foto Leonardo Fonseca