O avanço do saneamento na cidade de Maricá, a drenagem e o abastecimento de água foram assuntos debatidos nesta quinta-feira (21/03), penúltimo dia do 1º Seminário Regional do Rio de Janeiro da Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento (Assemae), que acontece em Araçatiba com apoio da Companhia de Saneamento de Maricá (Sanemar).
Com o tema “Desafios e Conquistas da Gestão de Maricá no Saneamento”, a conversa teve mediação da ex-presidente da Sanemar, Rita Rocha, e recebeu o diretor de Obras Indiretas da autarquia de Serviços de Obras de Maricá (Somar), Gustavo Camacho; o diretor executivo da concessionária Águas do Rio, Diógenes Lyra; e o diretor técnico da Sanemar, Rodrigo Abreu.
Gustavo Camacho falou sobre o que considera o principal desses desafios, que são os alagamentos causados por eventos climáticos cada vez mais intensos. Ele mostrou um vídeo institucional sobre o Programa de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais de Maricá, cujo objetivo é prevenir as enchentes com ações alternativas para os próximos anos. Entre elas está a criação de reservatórios e áreas ‘inundáveis’ em parques públicos, além dos chamados ‘jardins de chuva’ para absorção de água acumulada nas ruas.
“São projetos a longo prazo e de valores vultosos, obras grandes. Isso denota que ainda teremos problemas nos próximos anos para administrar, mas o que estamos propondo neste programa são mudanças de paradigma e de mentalidade. Com certeza vamos deixar de ‘enxugar gelo’, com reparos e soluções pontuais. A meta será criar mecanismos para absorver a água com áreas livres para amortecimento”, explicou o diretor da Somar.
Já o diretor da Águas do Rio, ao falar sobre abastecimento, afirmou que a concessionária estuda alternativas para manter e ampliar o fornecimento na cidade. Segundo ele, a opção mais viável a médio prazo seria dessalinização da água do mar, em razão de recorrer a uma fonte permanente que são as águas oceânicas. Há também estudos sobre captação no rio Caceribu, em Tanguá, e a lagoa de Juturnaíba, em Silva Jardim.
“Estas últimas são obras mais complexas por diferentes motivos. No caso de Tanguá, será necessária a criação de uma barragem, e para Juturnaíba seria preciso superar uma distância de 70 quilômetros. A nós parece mais imediata a solução pela dessalinização, que teria custo menor e resultados mais céleres, mas tudo isso ainda está em estudos”, esclareceu Diógenes Lyra.
Sanemar
Criada em 2019, a Sanemar assumiu as obras de esgotamento sanitário no município com a venda da Cedae, que era responsável por essas intervenções. As atividades iniciaram em 2021, após a pandemia da Covid. Em 2023 foi feito um investimento de R$ 500 milhões, com recursos próprios, para beneficiar mais de 60 mil moradores com esgotamento sanitário em Ponta Negra; Itaipuaçu (Recanto e no Jardim Atlântico Leste); em Inoã e São José do Imbassaí. A estimativa da Prefeitura é concluir, no final deste ano, mais de 300 quilômetros de rede de esgoto, um salto de 3,4% para mais de 30% de cobertura de esgotamento sanitário.
O primeiro sistema completo de esgotamento sanitário foi entregue para os moradores da Rua 47, em Itaipuaçu, com estação de tratamento compacta que utiliza tecnologia viva, a Mikroete, desenvolvida em parceria com a Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar).
Confira a agenda do 1º Seminário Regional do Rio de Janeiro da Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento (Assemae):
Sexta-feira (22/03)
8h30 – Saneamento e Construção Civil: Ação e Práticas Sustentáveis com Elizena (Projeto Mão na Massa), Marina Costa (arquiteta urbanista) e Luciana Andrade (diretora de Sustentabilidade do Maraey)
9h30 – Assinatura do Termo de Cooperação Técnica com Projeto Mão na Massa
10h – Visita às obras de esgotamento sanitário
16h – Lançamento de obras na Barra de Maricá/Zacarias
Local: Rua Jovino Duarte de Oliveira, s/nº, Araçatiba (ao lado do fórum)
Fotos: Anselmo Mourão