A auxiliar de serviços gerais Maykellen dos Santos Vasconcelos sai de casa com os três filhos antes do sol nascer. Precisa andar até a Escola, antes de seguir para o trabalho. No caminho, sem iluminação, precisa atravessar uma ponte que a estrutura está comprometida essa ponte fica em Itaboraí na colônia no campo Iguá.
Maykellen e os filhos correm o mesmo perigo pelo menos duas vezes ao dia, a região, tem muito mato e a iluminação é precária, prefeitura de não oferece nenhuma solução ao problema.
“Meus filhos (de 11, oito e quatro anos) estudam na Escola Municipal . O caminho se reduz muito ao passar pela ponte. Em dias de chuva a água desce com força, fica escorregadio e não há onde se apoiar”, relata a moradora. “É preciso se cuidar muito, mesmo com a prática, atravessando diariamente. Tenho três crianças e é bem difícil – além de todos os trajetos que precisamos fazer, caminhando, ainda passar por essa ponte é horrível”, afirma.
Como a moradora, centenas de pedestres usam diariamente a estrutura precária, que já resultou em diversos acidentes. O mais recente ocorreu há pouco mais de uma semana e causou uma luxação no pé de uma jovem, que caiu no curso d’água. Ela estava a caminho de sua aula de informática, na ONG Coletivo, que fica a poucos metros da ponte. Além do machucado, ficou encharcada.
A travessia reduz o caminho até a Escola; Também é o caminho por onde passam parte dos alunos das aulas de informática da principal sede da ONG Coletivo.
“Caminham por aqui pelo menos 450 pessoas por dia”, diz a vice-presidente da ONG, Nira Martins Pereira. “Para muitos trajetos, praticamente só se pode passar por essa ponte porque as alternativas são muito distantes. Pais e mães da comunidade precisam sair muito cedo para levar as crianças à escola e chegarem a tempo no trabalho. Então, essa travessia acaba sendo a opção”, relata.
A precariedade prejudica também idosos ou pessoas com mobilidade reduzida.“Há cerca de 30 dias, ocorreu um incêndio em uma das moradias, o que dificultou a travessia de um menino que é cadeirante. Foi uma situação muito triste e quase impossível atravessar o pontilhão com ele”, conta. Segundo o relato de Nira, a avó teve de sair com o neto cadeirante no colo pela ponte para se salvar do incêndio. A casa fica ao lado e foi inteiramente destruída.
Diante da omissão da prefeitura de Itaboraí, os moradores, pedem ajuda com medo de haja óbito no local.
Segundo Nira, a ponte foi instalada há mais de 10 anos, pela prefeituras de Itaboraí. Mas há oito anos, quando a ponte começou a ficar perigosa, a comunidade começou a comunicar e a pedir reparos – sem sucesso.
Nossa equipe entrou em contato para obter esclarecimento sobre a ponte com a Prefeitura de Itaboraí, para saber quais são os planos da prefeitura para resolver o problema da comunidade.
“É importante salientar que essas moradias deveriam ser construídas dentro da margem de segurança. Quanto a ponte
“Indigno e injusto”
Quem convive com a situação diariamente, por outro lado, exige posicionamento do poder público. “Há uma obrigação moral de se fazer algo a respeito. Fico muito espantada que as pessoas se comovem com pautas muito distantes e não enxergam o que acontece na nossa cidade, pertinho da gente. É um tapa na cara. Indigno e injusto”, diz a diretora da ONG Coletivo mães.
Reportagem: Luciana Borges