Um novo projeto de lei que visa implementar o Ensino a Distância (EAD) para crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e necessidades especiais foi apresentado na Câmara Municipal de Niterói. A proposta, busca proporcionar uma alternativa educacional inclusiva para alunos que enfrentam dificuldades no ambiente escolar tradicional devido a comportamentos agressivos ou transtornos de processamento sensorial.
A iniciativa autoriza o Poder Executivo a adotar o EAD como modalidade alternativa de ensino para crianças autistas cujas condições sejam comprovadas por laudo médico atualizado. Este laudo deve detalhar as características específicas do aluno, incluindo comportamentos agressivos e/ou transtornos de processamento sensorial que impossibilitem temporariamente a convivência escolar.
As instituições de ensino do município deverão fornecer suporte técnico e pedagógico aos alunos e seus responsáveis que optarem pelo EAD. Isso inclui garantir acesso ao conteúdo programático e fazer as adaptações curriculares necessárias para atender às necessidades específicas de cada aluno.
O projeto de lei coloca nas mãos dos pais ou responsáveis a decisão de aderir ao EAD, sempre considerando o melhor interesse da criança. A escolha poderá ser feita após a apresentação do laudo médico exigido.
A Secretaria Municipal de Educação, em colaboração com órgãos de saúde e educação especial, será responsável por estabelecer diretrizes e regulamentações para a implementação do EAD. Além disso, o projeto autoriza a celebração de parcerias público-privadas para fornecer os materiais eletrônicos necessários, garantindo acesso adequado à tecnologia para os alunos beneficiados.
Reconhecendo a importância do convívio social no processo educacional, o projeto permite que, a qualquer momento, os responsáveis possam optar pelo retorno do aluno ao ensino presencial, desde que as condições sejam favoráveis. O retorno deverá ser comunicado com antecedência à instituição de ensino para que sejam feitos os ajustes logísticos e pedagógicos necessários.
A justificativa do projeto menciona o caso de Bento Alves, um aluno com TEA e comportamento agressivo, destacando a necessidade urgente de alternativas educacionais acessíveis e inclusivas para crianças autistas. A proposta foi desenvolvida em colaboração com alunos do curso de Educador Social, que reconhecem a importância de garantir o acesso à educação para todos, independentemente de suas características individuais.
As despesas decorrentes da aplicação desta lei serão cobertas por dotações próprias do orçamento vigente. A lei entrará em vigor na data de sua publicação.
O vereador Adriano Boinha defende que o projeto é essencial para garantir que alunos como Bento Alves possam receber uma educação de qualidade, respeitando suas características e necessidades individuais. O projeto visa promover uma sociedade mais inclusiva e acolhedora, e Boinha espera contar com o apoio dos colegas parlamentares para a aprovação desta importante medida.
Com esta proposta, Niterói dá um passo significativo em direção a uma educação mais inclusiva, garantindo que todas as crianças tenham a oportunidade de aprender e se desenvolver em um ambiente que respeite suas necessidades únicas.
Reporter: Frederico Vasconcellos