Niterói avança no Projeto do inventário Faunístico da Enseada de Jurujuba, que já catalogou mais de 600 espécies na região e deu início nesta semana a uma nova fase das pesquisas. Coordenado pela Prefeitura de Niterói, por meio da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, o projeto está mapeando aquela bacia contribuinte e, além das pesquisas de campo, realizando trabalhos de educação com moradores de comunidades e crianças de escolas municipais com a realização de aulas em campo a bordo de embarcações.
As pesquisas estão sendo realizadas pela consultoria ambiental Piper3D que vem identificando espécies da biodiversidade da região, entre famílias de insetos, répteis, anfíbios, aves, mamíferos, peixes, crustáceos e moluscos. Foram identificados em pontos do Parque Natural Municipal de Niterói e da Área de Proteção Ambiental do Morro do Morcego, da Fortaleza de Santa Cruz e dos Fortes do Pico e do Rio Branco, desde o início dos trabalhos, em janeiro de 2024.
O objetivo do inventário é a produção de um catálogo completo sobre a fauna local que poderá servir de base para diversos projetos ambientais e sociais visando a melhoria da qualidade de vida da comunidade de Jurujuba.
A importância dos inventários de fauna reside na sua capacidade de gerar dados que influenciam diretamente a gestão pública e, consequentemente, a vida das populações humanas que habitam próximas a áreas de remanescentes florestais e de ambientes marinhos, como a enseada de Jurujuba.
Um dos objetivos da Prefeitura de Niterói, cidade que hoje conta com 56 % de áreas protegidas, é que ao obter informações o município pode ampliar e criar ainda políticas de conservação e desenvolvimento sustentável mais efetivas. O impacto dessas pesquisas pode ser sentido em diversos aspectos da vida comunitária, desde o manejo de recursos naturais que evitem seu esgotamento até a geração de empregos pelo fomento ao ecoturismo, resultando na melhoria da qualidade de vida da população.
“Ao longo dos anos, temos testemunhado mudanças significativas após a realização de inventários de fauna. Em várias ocasiões, os resultados dessas pesquisas abriram portas não só para mudanças positivas na gestão pública da biodiversidade, mas também para projetos de outros setores da sociedade, como ONGs e projetos corporativos que beneficiaram diretamente as comunidades locais. Além disso, esses estudos frequentemente revelam novas espécies ou apontam para a necessidade de ações de conservação, o que pode transformar positivamente a relação da comunidade com seu ambiente. No caso específico do Projeto de Inventário da Enseada de Jurujuba, esperamos que ele traga benefícios para o futuro da comunidade local. O projeto tem o potencial de não apenas enriquecer o conhecimento sobre a biodiversidade da região, mas também de fortalecer a conscientização ambiental entre os moradores e as autoridades locais. Com a implementação de ações baseadas nos dados coletados, acreditamos que a comunidade de Jurujuba poderá desfrutar de um ambiente mais saudável e equilibrado”, explica Júlia Lins, coordenadora da Piper 3D.
Com mais de 120 mil espécies de animais, o Brasil é o país com a maior biodiversidade do mundo. E quanto mais se conhece e se entende sobre o comportamento, localização, quantidades e interações dessas espécies, mais dados se tem para o desenvolvimento de programas de preservação e conscientização sobre essas populações de fauna e, consequentemente, mais meios se tem para a evolução da qualidade de vida das comunidades do entorno.
Foto: Duda Menezes