Na última sexta-feira, 13, a candidata a vereadora pelo PSOL – Partido Socialismo e Liberdade, fez o lançamento de sua candidatura no Bar do Beco, no Centro de Itaboraí, reunindo um número considerável de pessoas, com destaque para a quantidade de professores e militantes de partidos de esquerda que prestigiaram o momento.
Ariane Magalhães vem se destacando diante da disputa eleitoral em Itaboraí, devido a quebra de padrões apresentados em sua candidatura, a qual chama de construção coletiva popular.
Mulher negra, periférica, mãe, esposa, acadêmica e do Axé, como faz questão de frisar, é também representante de movimentos sociais com robusto histórico de luta e êxito.
Faz parte do coletivo que durante a pandemia ajudou a garantir a alimentação de milhares de famílias de Itaboraí, devido a uma ação movida na justiça, para que o valor de 15 milhões destinados a compra de merenda, fosse convertido em cestas básicas para serem entregues aos alunos da Rede Municipal de Itaboraí.
Coautora do Projeto de Lei Taysa – jovem que veio a óbito por possível negligência médica no Hospital Desembargador Leal Júnior – que quando aprovada, será lei estadual para proteção de todos os pacientes usuários do SUS, é defensora dos direitos das mulheres, sobretudo pela dignidade obstétrica.
Representante de coletivos em defesa dos Povos e Comunidades de Matriz Africana e Afro-ameríndia, com atuação em todo o estado do Rio, foi uma das responsáveis por fazer a atual gestão de Itaboraí se retratar durante 30 dias com os povos e comunidades de Matriz Africana de Itaboraí após falas de ataques à estes, proferidas pelo já indiciado Pastor Felippe Valadão.
Em seu lançamento, a fala unânime de seus apoiadores, que contou com a base ideológica de partidos de esquerda como PT, UP e PCML, foi que ela é o que Itaboraí precisa e esperava e sua coragem é a injeção de ânimo para atrair e reunir a esquerda em prol dessa construção.
A ousadia da candidata, mostra-se através de seu jingle de campanha, onde o ritmo principal e composição da letra remete a um “Ponto de Umbanda”, seguimento do qual Ariane faz parte.
“50677, digitou, votou. É Ariane Magalhães, filha do caçador”
A candidatura de uma mulher negra, intrépida e com trajetória irrefutável, tem tirado o sono da posição que, segundo ela, já a procurou com tentativa de suborno para “venda” de sua candidatura e intimidação para cercear sua circulação nos bairros.
“Jamais venderia ou cederia minha candidatura para outro candidato. Sou a representante de muitos. Meu projeto é social e não pessoal. Estou preparada e orgulhosa, devido a tantos militantes de Itaboraí aderirem a nossa construção coletiva e pela população de forma geral aderir por se identificar. A Câmara Municipal de Itaboraí vai ter a cara do povo, pois vamos cuidar de Itaboraí todos juntos. Itaboraí precisa de mais do que gestão, precisa de cuidado, e eu sei como fazer”.
Em seu lançamento, Ariane apresentou um plano de gestão com mais de 10 pontos, que chama de Manifesto Revolucionário Coletivo e Popular, que foi estruturado com a ajuda da população e conta com mais de 200 assinaturas, e se desdobra em propostas para educação, saúde, mobilidade urbana, igualdade racial, combate à fome, proteção à vítimas de violência sexual, entre outros. Tudo adequado para o orçamento de Itaboraí para os próximos 4 anos.
A ascendência da candidatura de Ariane, indica que a Câmara de Itaboraí pode em breve ter a primeira mulher negra, militante comunista e do axé, legislando em prol dos mais vulneráveis.
A filha do caçador chegou e ao que tudo indica, vai acertar a flecha no alvo.