Nesta quinta-feira (3), o dólar apresentou uma alta de 0,72%, cotado a R$ 5,484 às 14h05, refletindo o aumento das tensões internacionais e as incertezas sobre as contas públicas do Brasil. A Bolsa de Valores (Ibovespa) registrou uma queda significativa de 1,69%, atingindo 131.251 pontos, pressionada por fatores externos e questões internas.
A recente escalada dos conflitos no Oriente Médio, com o lançamento de cerca de 200 mísseis pelo Irã contra Israel, tem deixado o mercado financeiro global em alerta. Esse aumento da instabilidade geopolítica faz com que investidores procurem ativos mais seguros, como o dólar americano, resultando na valorização da moeda.
Além disso, o aumento de 4,80% no preço do barril de petróleo Brent, devido aos temores de que o conflito possa afetar a oferta global, também contribuiu para a pressão sobre os mercados financeiros. Nos Estados Unidos, o aumento dos pedidos de auxílio-desemprego, embora leve, reforça a percepção de um esfriamento gradual no mercado de trabalho, outro fator que influencia o comportamento da moeda americana.
No cenário doméstico, as preocupações fiscais continuam. Apesar da elevação da nota de crédito do Brasil pela agência de classificação de risco Moody’s, de Ba2 para Ba1, os analistas ainda veem com cautela a trajetória das contas públicas. O déficit primário de R$ 22,4 bilhões em agosto, divulgado pelo Tesouro Nacional, foi um sinal de alerta para os mercados.
Segundo especialistas, embora o cenário externo seja positivo, com estímulos econômicos da China e a perspectiva de queda de juros nos Estados Unidos, o Brasil pode estar perdendo a chance de capturar os benefícios desse contexto, devido às dificuldades em controlar os gastos públicos e promover ajustes fiscais.
Com essas incertezas, as taxas de juros futuros no Brasil aumentaram, pressionando ainda mais a Bolsa de Valores, com destaque para a queda nas ações de grandes empresas como a Vale, que recuaram 2,43%, acompanhando a desvalorização do minério de ferro no mercado internacional.
Foto: Banco de Imagem
Fonte: Bovesp