Nos dias 31 de março e 1º de abril (segunda e terça-feira), os entregadores por aplicativo de Maricá (RJ) irão aderir à paralisação nacional da categoria. O movimento, que também mobiliza trabalhadores de Niterói, São Gonçalo e outras cidades brasileiras, reivindica melhorias urgentes nas condições de trabalho oferecidas pelas plataformas digitais, como iFood, Rappi e Uber Eats.
Em Maricá, a precarização da atividade tem sido motivo constante de queixas. Entregadores enfrentam longas distâncias entre os bairros, com poucos ou nenhum ponto de apoio para descanso, alimentação ou uso de banheiros. Além disso, as taxas pagas por entrega estão defasadas há mais de três anos, sem acompanhar a alta no preço dos combustíveis, peças e serviços.
“Maricá cresceu muito nos últimos anos, mas as condições de trabalho dos entregadores continuam as mesmas ou até piores. Não temos abrigo contra o sol ou a chuva, e a taxa mínima de R$ 6,50 por entrega já não cobre nossos gastos”, afirma um entregador local, que trabalha entre os bairros de Inoã e Itaipuaçu.
Entre as principais reivindicações do movimento estão:
• Criação de pontos de apoio aos entregadores, com estrutura básica;
• Reajuste das taxas mínimas por entrega e por quilômetro rodado;
• Fim dos bloqueios automáticos por excesso de cancelamento;
• Promoções e bônus iguais para todos os entregadores, sem favorecimentos;
• Obrigatoriedade de pagamento online após as 22h, como medida de segurança.
O movimento é autônomo e organizado por coletivos locais, com apoio de entregadores de diversas regiões do município. Em Maricá, estima-se que mais de 500 entregadores atuem diariamente, muitos deles dependendo exclusivamente da renda obtida pelas plataformas.
“A cidade precisa reconhecer o papel fundamental desses profissionais que mantêm o serviço de entrega funcionando, especialmente nas áreas mais afastadas. Nossa luta é por dignidade, segurança e justiça. Não é possível continuar trabalhando no prejuízo”, completa Johnny Oliveira, presidente da AMEM -Associação de Motoboys e Entregadores de Maricá.
A paralisação deve impactar significativamente o serviço de entrega nos dois dias de mobilização. Os entregadores pedem o apoio da população, compreendendo que a luta por melhores condições beneficia não apenas a categoria, mas também a qualidade do serviço prestado aos consumidores.