Na manhã da última quinta-feira, às 10h, em São Gonçalo aconteceu a 2ª Edição do evento “a.Fé.to”. O evento foi realizado pelo Conselho da Igualdade Racial de São Gonçalo com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura de São Gonçalo. A pauta principal foi a comemoração do dia Nacional da Intolerância Religiosa com foco na liberdade de culto. Vale ressaltar que dia 21.01 foi uma data escolhida em homenagem à Mãe Gilda, do terreiro Ilê Abassá de Ogum (BA), que sofreu um infarto fulminante após inúmeros ataques de intolerância religiosa além de ter sua imagem usada em um jornal de uma Igreja Evangélica difamando o seu culto.
O Srº Luis Backer, Presidente do Conselho abriu o evento pontuando a liberdade de Culto “O diálogo interreligioso é fundamental para manutenção da laicidade do Estado. Somente o compromisso real das lideranças religiosas com a pauta, disseminando em suas comunidades o respeito a pluralidade, que é a identidade do nosso povo, poderemos de fato avançar na garantia da Liberdade Religiosa.” ao final de sua fala, Backer convidou a Yalorisà Juçara de Yemoja para continuidade da iniciação do evento.
A Yalorisà Juçara de Yemoja, palestrante e uma das idealizadoras do evento, pontuou a importância do Projeto “a.Fé.to” na cidade que sofre constantemente com a intolerância religiosa direcionada a religiões de Matriz Africana. Ainda assim, falou da importância do acolhimento quando uma casa ou uma pessoa sofre intolerância religiosa.
Já o Bispo Theodoro, que reforçou as falas de Mãe Juçara, destacou a importância da Educação e do respeito com as outras crenças religiosas.
O Pastor Julio enfatizou a importância das falas de Mãe Juçara e do Bispo Theodoro além de alertar que quando uma casa religiosa sofrer atos de intolerância, pastores das Igrejas da região devem interceder no ato da intolerância. Fala esta aplaudida por todos os presentes.
Durante a realização do evento, o Vereador Prof. Josemar comprometeu-se em criar e fiscalizar leis que combatam a intolerância religiosa e o Secretário Municipal de Cultura, Srº Lucas Muniz, colocou a secretaria de Cultura a disposição do projeto.
A 2ª Edição realizada contou com inúmeras falas, todas muito importantes para a Promoção da Liberdade Religiosa em São Gonçalo.
“A umbanda, internacionalmente conhecida e praticada, religião criada originalmente na cidade de São Gonçalo, sendo um fato totalmente desconhecido pela própria população gonçalense, não teve seu local preservado pelo poder público.” afirma Pai Wagner do Conselho Nacional da Umbanda.
Uma das pautas destacadas na mesa foi a criação do “Marco Zero da Umbanda” que começou no ano passado e tem como o objetivo de conseguir apoio de todo Poder Público.
Estiveram presentes:
Yalorisà Mãe Juçara de Yemoja do Ilê Asè do Ogun Já ,Bispo João Theodoro da Comunidade Evangélica Amor e Fé, Pastor Júlio da Comunidade Batista de São Gonçalo, Babalorisá Pai Jorge do Ogun do Ilê Asè Togun Lomin Efon, Pai Wagner do Conselho Nacional da Umbanda Vereador Prof. Josemar , Sra Belmira Coordenadora do Programa Saúde da População Negra de SG, Ogãn Pai Bira de Ayra do Ilê Asè do Ogun Já, Senhora Janete da Secretária Municipal de Assistente Social, Senhora Paula da Biblioteca Ruth de Souza , Fátima da Vigilância Hospitalar, Srº Beto Baiano da Casa de Cultura em São Gonçalo, Porfessor Júlio da Secretaria de Comunicação, Monique A.S Social, Aline Serra Coordenadora do NEPS, Zelador de Umbanda Pai Roberto Nunes do Centro Espirita Fé, Esperança e Caridade.