A aprovação da proposta que libera o cultivo da maconha (Cannabis sativa) para uso medicinal e industrial pela comissão especial da Câmara federal, há duas semanas, deixou animados pais e mães de pacientes que usam o medicamento em Niterói. A produção nacional poderá reduzir os custos do tratamento, e um projeto em tramitação no Legislativo municipal quer oferecer o medicamento gratuitamente pela rede pública.
A Associação Brasileira de Acesso à Cannabis Medicinal do Estado do Rio de Janeiro (Abrario), fundada e presidida pela niteroienses Marilene da Silva Lima de Oliveira, reúne centenas de famílias e entrou com um pedido de habeas corpus coletivo para que todas possam cultivar a maconha e fazer o extrato do medicamento para uso dos pacientes. Marilene tem autorização individual para plantar e fazer o óleo para o filho Lucas, de 20 anos, que sofre da síndrome de Rasmussen.
— A nossa intenção é fazer a produção do óleo de forma coletiva para distribuir às famílias associadas. Pela dificuldade de acesso, ainda é um tratamento muito caro, e a liberação do cultivo tende a barateá-lo — prevê.
A história de Marilene e Lucas inspirou o vereador Leandro Portugal (PV) a criar um projeto de lei que pretende oferecer o tratamento com maconha medicinal gratuitamente. Ele diz que a tramitação no Legislativo municipal segue em paralelo à proposta da Câmara federal.
— O projeto já foi aprovado pela nossa CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). Vamos marcar uma audiência pública para reunir especialistas que vão tirar dúvidas sobre o tema. A redução dos custos do medicamento vai viabilizar o projeto — planeja.