‘Fazer o bem sem olhar a quem’ é uma frase importante e que pode ser encarada como um símbolo de solidariedade para diversas sociedades. Essa frase também pode servir como sinônimo para o Dia Internacional da Doação de Livros (ou International Book Giving Day) comemorado nesta segunda-feira (14). A intenção da data é fazer com que pessoas doem livros para organizações, ONGs e aqueles que precisam, podendo ser até um familiar. Com isso, a leitura acaba se tornando mais forte entre a sociedade e novas histórias são descobertas por todos.
Muita gente sente emoção ao chegar ao final de um livro e ver uma boa história ou ao folhear um livro e sentir os dedos tocando as páginas, mas, com a tecnologia, novas sensações vêm surgindo. O Kindle, por exemplo, é uma forma de ler um livro online, além de ser mais sustentável e mais barato; também existem os sites e plataformas de leitura, como o Wattpad, onde é possível ler obras diretamente escritas por seus autores, atualizadas semanalmente ou diariamente, tendo a emoção de ver tudo se enrolar de forma mais devagar.
O Dia Internacional da Doação de Livros busca levar essas sensações para aqueles que ainda não a conhecem ou tem pouca chance de conhecê-la. Para participar, você pode deixar alguns livros em instituições com crianças, jovens ou até mesmo ONGs. A ideia é levar a literatura para todas as idades. Pense num livro que você gosta e doe para um amigo ou recomende. Ajude também uma criança ou jovem que não tem condições de comprar livros e doe algum escrito de um autor que você goste. Nenhuma sugestão deixará de ser bem-vinda!
Para ajudar nesse dia, O SÃO GONÇALO trouxe cinco dicas de escritoras da literatura gonçalense do coletivo ‘Escritoras Vivas’ (@escritorasvivas no Instagram):
1. ‘Performances Poéticas’, de Suzane Silveira, lançado em 2018. O livro traz poemas que não ficam de forma nenhuma na monotonia, sendo surpreendente em cada nova página.
2. ‘Coletivo de autoras gonçalenses’, do grupo ‘Escritoras Vivas’, lançado em 2021 e que conta histórias marcantes de trinta e três mulheres gonçalenses. O livro é de poemas, contos e crônica. As autoras são Alessandra Helena, Alessandra Tavares, Ana Paula Rodrigues, Bete Pereira, Camila Cristina Dias, Clara Kappaun, Cleia Nascimento, Cyntia Fonseca, Dayse Pessanha, Deise Pontes, Dominique Franco, Eloise da Silva Longobuco, Elisangela Habitar, Flancieni Ferreira, Flávia Joss, Kelly Souza, Luzia Marques, Laryssa Moreira, Lilia Pires, Gizeli da Cruz, Helene Camille, Lyvia Mara, Mariana Almeida, Maysa Gil, Raimunda Santana, Roberta Januário, Renata Toledo, Vitória Amora, Vitória do Livramento, Vanessa Oliveira, Thayane Muniz, Suzane Silveira, Yonara Costa.
3. ‘Coração de Cleópatra’, de Cyntia Fonseca, lançado em 2020, que conta a história de Cleo, uma jovem orfã, que vê sua vida mudar de cabeça para baixo quando ela, já na faculdade, reencontra um amor antigo. O livro trabalha temas como violência contra a mulher.
4. ‘Castelo de Cartas que Escrevi’, de Dominique Franco, lançado em 2021, traz 54 poemas divididos em quatro naipes e seus temas, fazendo referência a um baralho de cartas.
5. ‘Impressões em Versos’, de Cleia Nascimento, lançado em 2021, fala sobre o período pandêmico e as incertezas e sentimentos que predominavam nas pessoas nessa época. O livro se desenvolve por meio de poemas.
Todos os livros acima estão à venda na Livraria Ler é Arte localizada na Galeria Matriz, no Zé Garoto, São Gonçalo. Endereço: Coronel Moreira César, 97, loja 10. Em Frente à Igreja Matriz.
Para Yonara Costa, representante do coletivo ‘Escritoras Vivas’, o dia de hoje é extremamente simbólico e representa a luta pela arte e cultura. “É muito importante que o livro seja acessível. Vivemos em uma sociedade em que as bibliotecas não são públicas. Tivemos aí, infelizmente, a destruição da biblioteca no Lavourão que agora é uma pequena sala no Mutondo. Então, divulgar livros, esquecer livros propositalmente para que outras pessoas achem, é uma forma de resistência da cultura e da educação”, contou ela.
E falando em resistência e solidariedade, o projeto Favelivro também se encaixa nessa categoria. Com bibliotecas em comunidades, incluindo uma em São Gonçalo, o grupo vai levando educação e arte para as pessoas menos favorecidas e que, muitas vezes, não conseguem ter um acesso fácil à literatura.
O projeto nasceu em 2012, segundo Verônica Marcílio, a curadora do ‘Favelivro’. A ideia era desenvolver, junto com o outro fundador do projeto Demezio Batista, uma forma de democratizar a leitura no Brasil, já que esta “ainda é vista como um artigo de luxo em periferias e favelas”, afirmou ela. Demezio é livreiro e Verônica é contadora de histórias, então, os dois já amavam a leitura.
“Quando criamos o projeto, queríamos um nome fácil e que fosse lembrado por todos logo de cara. Por isso, escolhemos Favelivro, pela junção de ‘fave’ (de favela) + ‘livro’.
Verônica ressaltou, ao OSG, a importância do dia de hoje. “É importantíssima essa comemoração do Dia Internacional da Doação de Livros, pois é uma forma de relembrar para as pessoas a importância de doar um livro, mas não é doar como se fosse se desfazer por desafazer do livro, não. É doar sabendo que alguém pode usar aquele livro, que aquele livro pode ser aproveitado em uma biblioteca, em uma escola pública, em uma organização que tenha o comprometimento com a leitura e a escrita. É importante comemorar essa data e fazer ela ser presente na memória coletiva do brasileiro. Doar livros não é só se desfazer desse livro, mas é um ato de amor, é fazer com que o outro tenha o mesmo direito ao livro, à leitura, que você tem”, afirmou ela.
Quem quiser, pode doar livros nas bibliotecas do Favelivros. Segue a lista de bibliotecas do grupo:
Biblioteca Sérgio B. de Hollanda no Ipiiba, em São Gonçalo;
Biblioteca Helio de la Peña no Complexo do Caju, na Zona Portuária do Rio de Janeiro;
Biblioteca Luis Erlanger na Vila Kennedy, na Zona Oeste do Rio de Janeiro;
Biblioteca Sandra Sá no Acari, no Rio de Janeiro;
Biblioteca Zélia Duncam no Casto Barros, na Zona Norte do Rio de Janeiro;
Biblioteca Sonia Rosa na Comunidade do Lixão, em Duque da Caixas, na Baixada Fluminense;
Biblioteca Paulo Beth na Barreira do Vasco;
Biblioteca Miriam Leitão em Higienópolis;
Biblioteca Fernanda Abreu na Comunidade ‘Faz Quem Quer’, em Madureira, no Rio de Janeiro;
Biblioteca Luciana Savaget no Complexo do Chapadão;
Biblioteca Flávia Oliveira no Morro da Congonha, em Madureira;
Biblioteca José Mauro de Vasconcellos, na Comunidade ‘Vai Quem Quer’, em Caxias;
Biblioteca Ana Botafogo no Engenho da Rainha;
e a Biblioteca Thalita Rebouças, que será inaugurada no próximo dia 19 de fevereiro no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro.
Para quem quiser acompanhar o ‘Favelivros’, basta seguir o grupo no Instagram (@favelivro). Por lá também é possível entrar em contato com os responsáveis pelo projeto para fazer doações de livros. Não deixe de ajudar!