Servidores da autarquia de Serviços de Obras de Maricá (Somar) e da Secretaria de Urbanismo tiveram uma experiência diferente nesta terça-feira (16/04). Eles participaram de um workshop do programa Maricá Acessível, programa da Prefeitura de Maricá em parceria com a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), no qual utilizaram bengalas e cadeiras de rodas como se fossem pessoas com deficiência física ou visual. O intuito era entender as reais dificuldades desses cidadãos ao se locomover pela cidade.
Após uma introdução teórica no campus I da Universidade Maricá, no Centro, o grupo foi para a rua e circulou pelas calçadas próximas com os equipamentos. Os participantes se revezaram nas funções também atuando como guias dos colegas e puderam ver como pessoas com deficiência conseguem se deslocar para compromissos ou lazer.
A ação foi coordenada pelo especialista técnico em acessibilidade da Firjan, Luiz Gustavo Guimarães, que afirmou que a ideia era mesmo trazer a experiência do usuário para quem projeta e executa obras na cidade.
“Há sempre acertos e erros na execução de projetos de acessibilidade onde quer que sejam feitos, mas eu entendo que só a iniciativa de realizá-los já é um grande passo para qualquer município, mesmo que seja necessário aperfeiçoar com o tempo. Maricá é uma dessas cidades que teve a iniciativa e avançou bastante”, observou Guimarães.
Durante o experimento, alguns dos participantes deram suas impressões sobre como é estar no lugar de quem tem essa rotina diária. “A sensação é muito ruim, é incrível como uma pessoa consiga ir sozinha a qualquer lugar”, atestou Wellington Chavão, engenheiro responsável pelas ações de pavimentação na Somar, ao constatar que sempre há melhorias a serem feitas. “Isso já muda o nosso olhar sobre as obras que iremos executar, será necessário sempre projetar como essas pessoas se sentem”, garante Chavão.
Para a também engenheira Beatriz Mendonça, de 27 anos, chamou a atenção a quantidade de obstáculos como carros e objetos do comércio sobre as calçadas, sem falar no esforço que se faz para mover uma cadeira de rodas.
“Tem que ter muita força no braço e ainda não tem nenhum conforto. Para quem faz isso diariamente é um sofrimento gigante, agora pude ver”, frisou e moradora de São José do Imbassaí, ao revelar que participa de um grupo de corridas para.
FOTO: ANSELMO MOURÃO