Nesta quinta-feira (25/04), familiares de crianças atípicas realizaram um protesto no centro de Itaboraí. O evento teve início às 14h na praça da cidade e se direcionou até a prefeitura de Itaboraí, onde os manifestantes seguravam cartazes e reivindicavam melhores condições para as crianças com Espectro Autista. Uma das principais reclamações é a carência de mediadores nas escolas municipais.
Familiares cujas crianças frequentam escolas como Guilherme de Miranda Saraiva, Doutor Adhemário Rodrigues de Oliveira e Romeu Simões Da Fonseca expressaram preocupação com a falta de mediação e os perigos aos quais seus filhos estão expostos devido à ausência desses profissionais.
“Meu filho não tem mediador, e na sala há apenas uma professora sem auxílio de outro profissional. Estou pedindo um mediador desde o início do ano, fui à secretaria de saúde e à escola, mas ninguém resolve. Meu filho está na fila da Casa do Autista há dois anos e meio e ainda não foi chamado. Descobrimos o diagnóstico cedo para que a criança receba o tratamento correto, mas não temos suporte aqui em Itaboraí”, desabafa Ana Maria, cujo filho estuda na escola municipal Guilherme de Miranda Saraiva.
“Não adianta um médico dizer que meu filho precisa fazer natação se não temos apoio da prefeitura. Nada é de graça. Queremos dignidade para nossos filhos”, afirma Marceli dos Santos, cujo filho estuda na escola Adhemário Rodrigues de Oliveira.
Monike Reis Jubim Borges, mãe de uma criança deficiente auditiva e autista, que estuda no Brizolão 452 Joaquim Pedro de Andrade, compartilha suas frustrações: “Sou mãe de uma criança surda e autista. Não temos intérprete de Libras. Nossas crianças merecem aprender como qualquer outra”.
Ariane Magalhães, vice-presidenta do Coletivo Mães de Itaboraí e apoiadora da causa, critica os próximos shows de aniversário da cidade: “Itaboraí está deficitária em todas as áreas, é um governo de maquiagem. Sabemos que há orçamento destinado a diversas áreas na cidade, como a cultura, mas também sabemos que é possível realocar valores de uma pasta para outra, conforme a necessidade de cada área. A saúde e a educação devem ser prioridade. Não podemos investir em eventos milionários enquanto nossa população sofre o ano inteiro.”
O secretário de governo, Pedro Ricardo, atendeu três mães que expuseram as necessidades e deficiências das escolas municipais. No entanto, nenhuma ação concreta foi definida, e nenhum plano de resolução para essas deficiências foi apresentado. Entramos em contato com a prefeitura de Itaboraí para obter informações sobre a possível contratação de mediadores para as escolas municipais, mas até o fechamento desta matéria não obtivemos respostas.
Foto: Rômulo Silva