O Programa de Pedagogia Hospitalar desenvolvido pela Prefeitura de Niterói, por meio das secretarias de Educação e de Saúde, foi premiado na 7º edição do Prêmio Territórios Tomie Ohtake e virou tema de um minidocumentário. O projeto ficou entre os 10 melhores do país. O vídeo apresenta todo o processo do programa, como ele surgiu e como funciona atualmente, e está disponível nas plataformas (site e redes sociais) do instituto.
O objetivo da premiação é reconhecer as iniciativas de grande importância dentro das redes públicas de educação. Neste ano, o instituto contou a história do programa de Pedagogia H|ospitalar, que teve início em 1996, englobando duas instituições hospitalares: o Hospital Getúlio Vargas Filho (Getulinho) e o Hospital Universitário Antônio Pedro, vinculado à Universidade Federal Fluminense.
A missão do projeto é dar continuidade ao desenvolvimento educacional da criança que está passando por uma internação ou tratamento de saúde que a impeça de frequentar sua unidade escolar. O programa também possui um atendimento pedagógico domiciliar, contemplando as duas possibilidades de acompanhamento pedagógico.
O minidocumentário conta toda a trajetória do programa até aqui, revelando como funcionam as aulas, que contam com a realização de atividades interativas, ações com brinquedos, além de contação de histórias. Para o secretário de Educação e presidente da Fundação Municipal de Educação (FME), Bira Marques, a pedagogia hospitalar é parte fundamental da garantia do direito à educação.
“Trabalhamos diariamente para ofertar um ensino de qualidade para as nossas crianças, e permitir que o aprendizado continue, mesmo em um momento tão adverso, como uma internação ou um tratamento de saúde, é fundamental para o processo de ensino e aprendizagem. É emocionante ver tudo isso documentado, e mais especial ainda é saber que essas crianças, após passar por esse processo, não serão prejudicadas em sua formação”, destacou.
A Subsecretária de Desenvolvimento Educacional, Ana Schilke, deu início ao movimento da pedagogia hospitalar em Niterói em 1996 e destaca a importância da Educação e Saúde trabalharem em conjunto.
“Quando você está alinhando a Educação e a Saúde, você está garantindo no mesmo território dois direitos. Fui a primeira professora desse programa e poder continuar contribuindo para o seu desenvolvimento é emocionante. Com o trabalho de excelência que realizamos em Niterói, muito em breve teremos um destaque nacional”, disse.
O documentário ainda destaca o projeto “Inspirações para o bem viver: descolonizando o olhar”, desenvolvido pela equipe pedagógica no ambiente hospitalar visando o enfrentamento das diversas formas de violência, alienação e exploração, como as decorrentes do racismo, do sexismo, do epistemicídio e do apagamento histórico-cultural de povos indígenas e africanos.
As ações do projeto, que envolvem desde oficinas, literatura, circuitos pedagógicos, horta e formação de grupos de mães, pais e familiares, assumem a vocação da educação enquanto ato político, partilhando a potência do amor em contraposição ao domínio (e extermínio) do outro, de nós mesmos e da natureza.
A professora e coordenadora do Programa de Pedagogia Hospitalar, Vivian Pandial, pontuou que mesmo neste momento de fragilidade da criança é necessário dar atenção.
“Nesse programa, a escola acontece de forma singular. Apesar da gente considerar um momento de fragilidade da criança, que está em um tratamento de saúde, a gente procura olhar para as potencialidades e para os desejos dela, para que então a gente possa pensar em quais ações educativas vamos desenvolver com esse estudante”, explicou.
A secretária municipal de Saúde, Anamaria Schneider destacou a importância do projeto.
“A Pedagogia Hospitalar oferece apoio pedagógico às crianças e estudantes em situação de internação ou atendimento ambulatorial da unidade, além de proporcionar bem-estar aos pacientes e familiares”, contou a secretária.
O prêmio – A premiação é marcada por seu caráter formativo, oferecendo vivências sensibilizadoras e interdisciplinares no campo da arte e da cultura, envolvendo os professores, os demais segmentos da escola e representantes da comunidade. O prêmio oferece a dez estratégias pedagógicas, previamente selecionadas, modos de suporte, fortalecimento e aprofundamento de suas práticas e da formação de seus realizadores e membros. Dessa forma, a comunidade escolar e os coletivos participantes são beneficiados direta ou indiretamente.
Entre os prêmios a serem recebidos, está a doação de livros diversos oferecidos por editoras parceiras para compor o acervo escolar, uma bolsa de estudos para um curso de graduação que poderá ser utilizada por um aluno ou professor e apoio financeiro de R$ 6.000,00 (seis mil reais) para o desenvolvimento da iniciativa. A ideia é que o valor seja utilizado para investir na horta da Pedagogia Hospitalar no Hospital Getulinho, e também para adquirir brinquedos que denotem a importância da educação na diferença.
Foto: Banco de imagem