Em 2022, 82.216 pessoas desapareceram no Brasil, e 46.337 foram localizadas. Em 2023, houve 77.060 desaparecimentos e 56.542 localizações. Esses dados constam do relatório estatístico divulgado, na sexta-feira (27), pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), no encerramento da 2ª edição do Curso de Investigação Policial Aplicada à Busca e Localização de Pessoas Desaparecidas, em Brasília (DF).
O documento reúne dados ainda mais detalhados, com corte por faixa etária, raça/cor e sexo, além de informações sobre as causas dos desaparecimentos. A coleta de dados confiáveis é fundamental para entender o perfil das pessoas sem paradeiro e identificar padrões que ajudam a esclarecer as causas desses acontecimentos. As informações do relatório oferecem aos formuladores de políticas públicas base sólida para criar estratégias mais eficazes.
Os dados permitem a identificação de tendências emergentes e orientam o desenvolvimento de intervenções preventivas, como programas educativos, apoio psicológico e social e políticas de segurança pública direcionadas a grupos vulneráveis.
A publicação do relatório integra a Política Nacional de Busca de Pessoas Desaparecidas, estabelecida pela Lei n° 13.812/2019. Entre as principais atribuições da Senasp, nesse contexto, estão a coleta e a consolidação de informações em nível nacional, a formulação de diretrizes para as buscas, a articulação com autoridades estaduais e a coordenação de ações de cooperação.
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Capacitação
A Senasp promoveu, de segunda-feira (23/9) a sexta-feira (27/9), a 2ª edição do Curso de Investigação Policial Aplicada à Busca e Localização de Pessoas Desaparecidas. A iniciativa teve como objetivo capacitar os profissionais da Polícia Judiciária com conhecimentos técnicos, metodológicos e procedimentais para aprimorar a busca e a localização de pessoas desaparecidas. A ideia é que, na prática, esses profissionais conduzam investigações de forma prioritária e com a urgência necessária para lidar com a sensibilidade dos casos.
O curso também apresentou os conceitos fundamentais e a legislação específica sobre o tema e reforçou o papel dos profissionais da Polícia Judiciária na condução dessas operações.
Os participantes também tiveram a oportunidade de aprender sobre a metodologia de investigação para aumentar a capacidade de resolução de casos de desaparecimento. Outro ponto importante foi o estímulo à integração entre as instituições do Sistema Único de Segurança Pública (Susp) e outras entidades envolvidas no processo de busca e localização de pessoas desaparecidas.
A capacitação contou com a participação de 36 profissionais da Polícia Civil, entre delegados, comissários, agentes e investigadores.
Mobilização Nacional para Identificação de Pessoas Desaparecidas
Em agosto, a Senasp lançou a primeira etapa da Mobilização Nacional para Identificação de Pessoas Desaparecidas , com a abertura de quase 300 postos de coleta de amostras de DNA em todo o País de familiares que buscam notícias de familiares sem paradeiro conhecido. Embora a campanha tenha durado uma semana, a doação de material genético pode ser feita a qualquer momento.
Fonte: Gov.Br